Práticas Corporais - Volume 2 - Ministério do Esporte
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A construção narrativa como instrumento meto<strong>do</strong>lógico de formação 37<br />
Neste senti<strong>do</strong>, nossa intenção, ao construir esta narrativa, pode estar localizada<br />
no ato de compreender nossa inserção e permanência, até o momento, no<br />
mun<strong>do</strong> da academia, da investigação, da <strong>do</strong>cência e das relações entre forma<strong>do</strong>res<br />
e estudantes. Incluímos, nessa narrativa, alguns fatos desagradáveis<br />
da vida acadêmica, sem desejar dar ao texto um tom revanchista, nem que a<br />
narrativa promova um reconhecimento público àquilo que conseguimos como<br />
pesquisa<strong>do</strong>res. O que queremos é tornar público uma trajetória comum,<br />
semelhante a tantas outras trajetórias que, muitas vezes, passam “olimpicamente”<br />
despercebidas, tanto por parte das instituições que financiam e acolhem<br />
nossos projetos quanto por pesquisa<strong>do</strong>res principiantes que, às vezes,<br />
pensam que a conclusão <strong>do</strong> <strong>do</strong>utora<strong>do</strong> é suficiente para ocupar um lugar no<br />
competitivo mun<strong>do</strong> acadêmico brasileiro.<br />
Consideran<strong>do</strong>, como pressuposto de entrada ao tema, que ensinar e<br />
pesquisar exige <strong>do</strong> professor, em palavras de Edgar Morin (1994) e Paulo<br />
Freire (1996), a crença na “unidualidade” e na “dialógica” em mediação com<br />
o campo de trabalho, pretendemos, através desta narrativa, responder a seguinte<br />
pergunta: Como nos construímos, depois de uma longa experiência<br />
<strong>do</strong>cente, pesquisa<strong>do</strong>res da prática pedagógica e seus nexos com as atividades<br />
de formação inicial e continuada?<br />
Ao contar parte da nossa história queremos fazer uma leitura da nossa<br />
experiência que, como muitas outras experiências <strong>do</strong>centes, não está isenta de<br />
descontinuidades, contradições e configurações singulares relacionadas a fatos<br />
que vivemos. Entendemos experiência no senti<strong>do</strong> hermenêutico qualitativo<br />
<strong>do</strong> termo, ou seja, um conjunto de ações no mun<strong>do</strong> da vida que, ao ganhar<br />
senti<strong>do</strong>, passa a fazer parte da nossa consciência e, daí, a integrar nossas pautas<br />
cotidianas de ação, incorporan<strong>do</strong>-se como conhecimento. Desta forma,<br />
esperamos que esteja claro, nosso grande objetivo é tentar apreender desde e<br />
com a experiência narrativa (HUBERMANN, THOMPSON e WEILAND,<br />
2000; CLANDININ e CONNELLY, 2000), consideran<strong>do</strong> que ao narrar<br />
recriamos a experiência vivida, sem esquecer que a experiência em si e a narração<br />
da experiência são elementos distintos.