Práticas Corporais - Volume 2 - Ministério do Esporte
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48 <strong>Práticas</strong> <strong>Corporais</strong> Trilhan<strong>do</strong> e compar(trilhan<strong>do</strong>) as ações em Educação Física<br />
pesquisas próprias, além de orientar o olhar <strong>do</strong>s demais participantes <strong>do</strong><br />
grupo para essas escolas. Nossa intenção, ao longo <strong>do</strong> tempo, foi não somente<br />
a de aprender mais sobre e com as inovações que ocorriam com freqüência<br />
nas escolas municipais, mas, também, ajustar a atenção <strong>do</strong> grupo para construir<br />
novos problemas de investigação significativos ao coletivo <strong>do</strong>cente com<br />
a qual dialogávamos. Nos propomos, sobretu<strong>do</strong>, a entender como esse coletivo<br />
<strong>do</strong>cente e sua “disciplina” se integram e participam das inovações curriculares.<br />
Essa decisão teve efeitos ambivalentes, pois, ao mesmo tempo, tanto<br />
deman<strong>do</strong>u a ampliação das possibilidades de pesquisa quanto estabeleceu<br />
restrições analíticas.<br />
Assim, foram se suceden<strong>do</strong> diferentes projetos de investigação que se<br />
caracterizaram por definições problemáticas mais específicas e detalhadas.<br />
Aprofundamos as pesquisas sobre elementos específicos da cultura <strong>do</strong>cente<br />
<strong>do</strong>s professores de Educação Física – experiência e práticas <strong>do</strong>centes, conhecimento,<br />
formação e crenças <strong>do</strong>s professores (MOLINA NETO, 1996) – e<br />
desenhos meto<strong>do</strong>lógicos que superassem em rigor e profundidade os estu<strong>do</strong>s<br />
iniciais que se estruturaram sobre modelos qualitativos descritivo-explicativos<br />
e etnográficos de larga visão sobre o campo investiga<strong>do</strong>. Priorizamos, então,<br />
os estu<strong>do</strong>s de caso e as micro-etnografias, manten<strong>do</strong> os longos perío<strong>do</strong>s de<br />
permanência no trabalho de campo, fato que está nos permitin<strong>do</strong> aprofundar<br />
a compreensão sobre determinadas estruturas, processo e contexto em que se<br />
envolve o professora<strong>do</strong> de Educação Física da RMEPA.<br />
Entre os projetos concluí<strong>do</strong>s está o de Elizandro Wittizoreck (2001)<br />
que buscou compreender a complexidade <strong>do</strong> trabalho <strong>do</strong>cente <strong>do</strong>s professores<br />
de Educação Física em uma região especifica da cidade, marcada por eleva<strong>do</strong>s<br />
indica<strong>do</strong>res de pobreza, violência e de vulnerabilidade social, e o estu<strong>do</strong><br />
de Fabiano Bossle (2003), que também, em um longo trabalho de campo,<br />
buscou compreender o significa<strong>do</strong> que os professores de Educação Física dão<br />
ao planejamento de ensino, contrapon<strong>do</strong> o discurso da Administração Municipal<br />
e a prática <strong>do</strong>s <strong>do</strong>centes em contextos de grande complexidade socioeconômica<br />
e cultural. Recentemente, finalizamos <strong>do</strong>is estu<strong>do</strong>s: o primeiro<br />
(PEREIRA, 2004) estu<strong>do</strong>u a interdisciplinaridade (um <strong>do</strong>s ícones <strong>do</strong> projeto<br />
político-pedagógico proposto para a RMEPA), e o segun<strong>do</strong> (SANTINI, 2004)<br />
trata de uma análise da incidência da Síndrome de Esgotamento Profissional<br />
no professora<strong>do</strong> de Educação Física da RMEPA. Se tivéssemos que desenhar