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A seguir, são reproduzi<strong>dos</strong> os textos utiliza<strong>dos</strong> em cada uma das cenas:<br />
1. A liberdade no banco <strong>dos</strong> réus<br />
A informação no banco <strong>dos</strong> réus<br />
A comunicação no banco <strong>dos</strong> réus<br />
A tua cabeça no banco <strong>dos</strong> réus<br />
Alejandro Ahmed<br />
2. O Novo Nasce do Fóssil<br />
O novo não vem da cabeça<br />
E o que vem dela se esqueça<br />
O novo vem da existência<br />
Sem tempo, vergonha ou paciência<br />
O novo é filho do nada<br />
O novo é filho do eu<br />
O novo é filho do fim<br />
Que se via<br />
O novo é filho do nada<br />
O novo é filho do torto<br />
O novo não existe<br />
Se cria<br />
O novo nasce no fóssil<br />
No fácil, no ócio, no torto<br />
Não vive, não vê, não existe<br />
Para quem nasce em aborto<br />
Alejandro Ahmed<br />
3. Maria Bonita<br />
Bonita tanto quanto tudo<br />
tanto quanto ser ninguém<br />
tanto quanto ser um homem<br />
ser bem menos que ser alguém<br />
Bonita tanto quanto to<strong>dos</strong><br />
tanto quanto ser pessoa<br />
tanto quanto ser mulher<br />
não me impede ser ninguém<br />
70 Reprodução do programa do espetáculo O Novo Cangaço.<br />
Bonita tanto quanto o beijo<br />
de ninguém n’outra pessoa<br />
mexendo com tudo e to<strong>dos</strong><br />
pela eterna existência de alguém<br />
Alejandro Ahmed<br />
4. A Distância<br />
A distância estamos mais próximos da pureza<br />
A distância podemos acariciar o intocável<br />
A distância observamos o medo com segurança<br />
A distância não se corre risco<br />
A distância não se corre risco<br />
A não ser o de estarmos<br />
Longe demais<br />
Longe demais<br />
Alejandro Ahmed<br />
5. Não há texto.<br />
6. A Dança da Psique<br />
A <strong>dança</strong> <strong>dos</strong> <strong>encéfalos</strong> <strong>acesos</strong><br />
Começa. A carne é fogo. A alma arde. A<br />
[espaços<br />
As cabeças, as mãos, os pés e os braços<br />
Tombam, cedendo à ação de ignotos pesos!<br />
É então que a vaga <strong>dos</strong> instintos presos<br />
– Mãe de esterilidades e cansaços –<br />
Atira os pensamentos mais devassos<br />
Contra os ossos cranianos indefesos.<br />
Subitamente a cerebral coréia<br />
Pára. O cosmos sintético da Idéia<br />
Surge. Emoções extraordinárias sinto...<br />
Arranco do meu crânio as nebulosas.<br />
E acho um feixe de forças prodigiosas<br />
Sustentando dois monstros: a alma e o instinto!<br />
Augusto <strong>dos</strong> Anjos<br />
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