19.04.2013 Views

Download do livro adaptado "O Corcunda de Notre Dame"

Download do livro adaptado "O Corcunda de Notre Dame"

Download do livro adaptado "O Corcunda de Notre Dame"

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

oportunamente, um excelente travesseiro para um mendigo ou para um poeta.<br />

Ele agra<strong>de</strong>ceu à Providência por lhe ter envia<strong>do</strong> esta boa idéia, mas, como se<br />

preparava para cruzar a Praça <strong>do</strong> Palácio, viu a procissão <strong>do</strong> Papa <strong>do</strong>s Loucos atravessar seu<br />

caminho novamente, com altos bra<strong>do</strong>s e um gran<strong>de</strong> clarão <strong>de</strong> tochas. Esta visão reavivou as<br />

feridas <strong>de</strong> seu amor próprio e ele partiu. No amargor <strong>de</strong> sua <strong>de</strong>sventura dramática, tu<strong>do</strong> que<br />

lembrasse a festa <strong>do</strong> dia o exasperava e fazia sangrar sua ferida.<br />

Gringoire quis atravessar a ponte Sant-Michel, on<strong>de</strong> crianças corriam aqui e ali com<br />

rojões. Mais adiante, a multidão admirava ban<strong>de</strong>iras sobre as quais o pintor Jehan Fourbault<br />

havia <strong>de</strong>senha<strong>do</strong> o retrato <strong>do</strong> rei, <strong>do</strong> <strong>de</strong>lfim e <strong>de</strong> outros personagens importantes. "Feliz pintor<br />

Jehan Fourbault!", pensou Gringoire com um gran<strong>de</strong> suspiro e <strong>de</strong>u as costas às ban<strong>de</strong>irolas.<br />

Ele encontrou uma rua diante <strong>de</strong> si e a achou tão escura e tão aban<strong>do</strong>nada que<br />

acreditou que ali po<strong>de</strong>ria escapar <strong>de</strong> todas as influências da festa. Caminhou por ela e chegou à<br />

margem <strong>do</strong> rio Sena. Depois <strong>de</strong> andar ao longo <strong>do</strong> gran<strong>de</strong> muro <strong>do</strong>s jardins naquela praia não<br />

calçada on<strong>de</strong> a lama atingia o tornozelo, ele chegou a um ponto <strong>de</strong> on<strong>de</strong> observou durante<br />

algum tempo uma pequena ilha.<br />

A ilhota na sombra parecia uma massa negra e nela percebia-se o reflexo <strong>de</strong> uma<br />

pequena luz que emanava da cabana <strong>do</strong> barqueiro solitário que lá se abrigava durante a noite.<br />

"Feliz barqueiro!", pensou Gringoire, "Você não busca a glória. De que lhe importam os<br />

reis que se casam e as duquesas da Borgonha? Você não conhece outras margaridas além das<br />

que planta em seu grama<strong>do</strong>. Já eu, poeta, sou vaia<strong>do</strong> e tremo <strong>de</strong> frio. A sola <strong>de</strong> meus sapatos é<br />

tão transparente que po<strong>de</strong>ria servir <strong>de</strong> vidro para sua lanterna. Obriga<strong>do</strong>! Sua cabana <strong>de</strong>scansa<br />

minha vista e me faz esquecer <strong>de</strong> Paris!"<br />

O poeta <strong>de</strong>spertou <strong>de</strong>ste <strong>de</strong>vaneio por um gran<strong>de</strong> fogo <strong>de</strong> artifício duplo que partiu<br />

repentinamente da cabana abençoada. Era o barqueiro que, à sua maneira, participava das

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!