19.04.2013 Views

Download do livro adaptado "O Corcunda de Notre Dame"

Download do livro adaptado "O Corcunda de Notre Dame"

Download do livro adaptado "O Corcunda de Notre Dame"

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

imagens terríveis que a haviam obceca<strong>do</strong> por tanto tempo foram sumin<strong>do</strong>. Além disso, Febo<br />

estava vivo e a vida <strong>de</strong>le era tu<strong>do</strong>.<br />

Esmeralda pensava às vezes em Quasímo<strong>do</strong>, o único laço que lhe restava com os<br />

homens, com os vivos. Não compreendia nada sobre o estranho amigo que o <strong>de</strong>stino havia lhe<br />

da<strong>do</strong>. O apito ficara no chão, o que não impediu Quasímo<strong>do</strong> <strong>de</strong> reaparecer, ocasionalmente, nos<br />

primeiros dias. Ela fazia o possível para não virar o rosto quan<strong>do</strong> ele vinha trazer o cesto <strong>de</strong><br />

provisões ou o jarro d'água. Uma vez, ele surgiu no momento em que ela acariciava Djali. Por<br />

alguns momentos, ele permaneceu pensativo diante <strong>de</strong>ste quadro gracioso. Por fim, falou sobre<br />

a cabeça pesada e disforme:<br />

como esta cabra.<br />

— Minha <strong>de</strong>sgraça é que ainda pareço humano. Preferia ser realmente um animal,<br />

Outra vez, ele apareceu à porta da alcova no momento em que Esmeralda cantava uma<br />

velha balada espanhola. Perceben<strong>do</strong> a presença da <strong>de</strong>sagradável figura que surgiu<br />

inesperadamente no meio <strong>de</strong> sua canção, a jovem rapariga se <strong>de</strong>teve com um gesto <strong>de</strong> temor<br />

involuntário. O infeliz sineiro caiu <strong>de</strong> joelhos na entrada <strong>do</strong> cubículo e juntou, com ar <strong>de</strong> súplica,<br />

as gran<strong>de</strong>s mãos disformes:<br />

— Oh! Eu suplico: continue e não me expulse.<br />

Ela, então, voltou a cantar, enquanto ele permanecia ajoelha<strong>do</strong> e <strong>de</strong> mãos unidas, como<br />

em oração, mal respiran<strong>do</strong>, ouvin<strong>do</strong> a canção praticamente com os olhos.<br />

Em outra ocasião, ele chegou com um ar acanha<strong>do</strong> e tími<strong>do</strong>:<br />

— Tenho algo a lhe dizer.<br />

Ela fez sinal <strong>de</strong> que o escutava. Ele suspirou, entreabriu os lábios, pareceu pronto a<br />

falar, olhou-a em seguida, abanou a cabeça negativamente e se retirou, lentamente, <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong>-a<br />

assustada.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!