19.04.2013 Views

Download do livro adaptado "O Corcunda de Notre Dame"

Download do livro adaptado "O Corcunda de Notre Dame"

Download do livro adaptado "O Corcunda de Notre Dame"

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

cabra!<br />

— Jesus! — disse a moça a quem Febo fora visitar. – É aquela cigana <strong>de</strong>sagradável da<br />

O capitão, com os olhos fixos sobre a carroça, empali<strong>de</strong>ceu. A cavalgada sinistra<br />

atravessou a praça em meio aos gritos <strong>de</strong> alegria e o carro entrou no terreno da igreja, paran<strong>do</strong><br />

em frente a ela. No meio <strong>de</strong>ste silêncio cheio <strong>de</strong> solenida<strong>de</strong>, as duas maçanetas giraram e as<br />

portas da catedral se abriram.<br />

Um canto grave, incontestável e monótono escapou da igreja. Era a missa <strong>do</strong>s mortos.<br />

Esmeralda parecia per<strong>de</strong>r a visão e o pensamento no interior escuro da igreja. Seus lábios se<br />

mexiam como se ela estivesse rezan<strong>do</strong> e, quan<strong>do</strong> o cria<strong>do</strong> <strong>do</strong> carrasco aproximou-se <strong>de</strong>la para<br />

ajudá-la a <strong>de</strong>scer da carroça, percebeu que ela repetia em voz baixa esta palavra: Febo.<br />

Suas mãos foram <strong>de</strong>samarradas e fizeram-na andar com os pés <strong>de</strong>scalços sobre a rua,<br />

em companhia <strong>de</strong> Djali, que balia <strong>de</strong> alegria por sentir-se igualmente livre. A corda que<br />

Esmeralda levava ao pescoço se arrastava atrás <strong>de</strong>la.<br />

Então o canto foi interrompi<strong>do</strong> na igreja e uma gran<strong>de</strong> cruz <strong>de</strong> ouro à frente <strong>de</strong> uma fila<br />

<strong>de</strong> círios pôs-se em movimento na sombra. Após alguns momentos surgiu uma longa procissão<br />

<strong>de</strong> padres que avançavam com expressão grave em direção à con<strong>de</strong>nada.<br />

novamente!<br />

— Oh! — exclamou ela, em voz baixa, ao ver aquele que caminhava na frente. — Ele<br />

Era o arcebispo, que, páli<strong>do</strong>, avançava com o rosto vira<strong>do</strong>, os olhos fixos, cantan<strong>do</strong> com<br />

uma voz forte. Esmeralda, não menos pálida, mal percebera que haviam coloca<strong>do</strong> em suas<br />

mãos uma pesada vela acesa.<br />

Dom Cláudio aproximou-se sozinho. Então, exclamou com voz fúnebre uma<br />

assusta<strong>do</strong>ra frase em latim que pôs fim à sombria cerimônia. Era o sinal combina<strong>do</strong> entre o<br />

padre e o carrasco. O povo ajoelhou-se. O arcebispo virou as costas para a con<strong>de</strong>nada, sua

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!