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Download do livro adaptado "O Corcunda de Notre Dame"

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O capitão arrebentou <strong>de</strong> rir e se inclinou para falar no ouvi<strong>do</strong> <strong>do</strong> amigo, mas <strong>do</strong>m<br />

Cláudio escutou a conversa. Um estremecimento percorreu o corpo <strong>do</strong> arcebispo e seus <strong>de</strong>ntes<br />

rangeram. Ele tropeçou, mas continuou no encalço <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is companheiros, que começaram a<br />

cantar a plenos pulmões uma velha canção.<br />

O cabaré Maçã <strong>de</strong> Eva situava-se na Universida<strong>de</strong>, na esquina das ruas <strong>de</strong> Ia Ron<strong>de</strong>lle<br />

e Bâtonnier. Era uma sala térrea, gran<strong>de</strong> e baixa, com mesas por toda parte, jarros<br />

resplan<strong>de</strong>centes <strong>de</strong> estanho pendura<strong>do</strong>s nas pare<strong>de</strong>s (sempre influenciam os beberrões), uma<br />

vidraça que dava para a rua, uma vi<strong>de</strong>ira na porta e, acima <strong>de</strong>sta, uma placa enferrujada pela<br />

chuva, giran<strong>do</strong> ao vento, on<strong>de</strong> se via o <strong>de</strong>senho <strong>de</strong> uma maçã e <strong>de</strong> uma mulher — a marca <strong>do</strong><br />

local.<br />

A noite caía e a encruzilhada estava escura. O cabaré, cheio <strong>de</strong> velas, resplan<strong>de</strong>cia<br />

como uma forja. Ouvia-se o barulho <strong>do</strong>s copos e das brigas que escapava através <strong>do</strong>s vidros<br />

quebra<strong>do</strong>s. Por meio da bruma que o calor da sala espalhava pela vitrine envidraçada, viam-se<br />

muitas figuras difusas e, ocasionalmente, um riso sonoro <strong>de</strong>stacava-se.<br />

Um homem passeava pela frente da barulhenta taberna observan<strong>do</strong> seu interior e não<br />

se afastan<strong>do</strong> mais <strong>do</strong> que uma sentinela <strong>de</strong> sua guarita. Cobria-se com uma capa que lhe<br />

escondia o nariz, sem dúvida para protegê-lo <strong>do</strong> frio das noites <strong>de</strong> março ou talvez para<br />

escon<strong>de</strong>r seu hábito. Ocasionalmente, parava diante da vitrine, ouvia, olhava e batia o pé.<br />

Por último, a porta <strong>do</strong> estabelecimento se abriu, o que ele parecia esperar, e <strong>do</strong>is<br />

bêba<strong>do</strong>s saíram. O raio <strong>de</strong> luz vin<strong>do</strong> <strong>de</strong> fora ruborizou por um instante as alegres figuras.<br />

da rua.<br />

O homem <strong>de</strong> casaco permaneceu observan<strong>do</strong> escondi<strong>do</strong> sob um pórtico <strong>do</strong> outro la<strong>do</strong><br />

— Eu asseguro — dizia um <strong>do</strong>s homens — que não moro mais na rua<br />

Mauvaises-Paroles. Moro na rua Jean-Pain-Mollet.

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