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Download do livro adaptado "O Corcunda de Notre Dame"

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escuro da praça.<br />

que repetiu:<br />

A moça virou-se, amedrontada. Não era mais a voz <strong>do</strong> homem e, sim, uma voz feminina,<br />

— Suma daqui, gafanhoto <strong>do</strong> Egito!<br />

— É a enclausurada da Tour-Roland! — gritaram algumas crianças, em tom <strong>de</strong> gozação.<br />

— Por que será que ela está nervosa? Será que ainda não jantou?<br />

Gringoire aproveitou-se <strong>do</strong> problema da dançarina para <strong>de</strong>saparecer. O clamor das<br />

crianças lembrou-o <strong>de</strong> que ele também não havia janta<strong>do</strong>. Coisa inoportuna é <strong>do</strong>rmir sem comer.<br />

Menos agradável ainda é não jantar e não saber on<strong>de</strong> <strong>do</strong>rmir. O poeta estava nesta situação:<br />

sem dinheiro, sem pão, sem lar.<br />

Pensava ele sobre esta triste condição, quan<strong>do</strong> um canto cheio <strong>de</strong> <strong>do</strong>çura, arrancou-o<br />

<strong>de</strong> sua melancolia: era a jovem egípcia novamente, que <strong>de</strong>sta vez cantava. A voz era como sua<br />

beleza: fascinante, pura, etérea.<br />

As palavras que ela cantava eram <strong>de</strong> uma língua <strong>de</strong>sconhecida por Gringoire e ele as<br />

escutava encanta<strong>do</strong>. Depois <strong>de</strong> várias horas, este era o primeiro momento em que ele não sofria,<br />

pena que tenha dura<strong>do</strong> tão pouco! A mesma voz <strong>de</strong> mulher que havia interrompi<strong>do</strong> a dança da<br />

cigana também veio interromper-lhe o canto.<br />

— Quer se calar, cigarra <strong>do</strong> mal! — ela gritou novamente <strong>do</strong> canto escuro da praça.<br />

A pobre "cigarra" parou <strong>de</strong> súbito e Gringoire tapou os ouvi<strong>do</strong>s.<br />

— Ah! — disse ele. — Maldita serra sem corte que interrompe este canto <strong>do</strong>ce.<br />

Os outros especta<strong>do</strong>res murmuraram:<br />

— Cale-se, velha estúpida!<br />

E ela po<strong>de</strong>ria ter se arrependi<strong>do</strong> das agressões contra a cigana, se eles não se<br />

distraíssem nesse exato momento pela passagem <strong>do</strong> Papa <strong>do</strong>s Loucos, que, após ter percorri<strong>do</strong>

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