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Download do livro adaptado "O Corcunda de Notre Dame"

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igreja sem perceber que o arcebispo passou a seu la<strong>do</strong> com certo <strong>de</strong>sconforto ao vê-lo fechar<br />

cuida<strong>do</strong>samente com o ca<strong>de</strong>a<strong>do</strong> a enorme porta da catedral. Dom Cláudio tinha o ar ainda mais<br />

preocupa<strong>do</strong> <strong>do</strong> que o normal. Ele maltratava constante-mente Quasímo<strong>do</strong>, mas este não se<br />

importava em sofrer ou mesmo apanhar. Nada abalava a submissão, a paciência e a resignação<br />

<strong>do</strong> fiel sineiro. De Cláudio Frollo ele sofria tu<strong>do</strong>, ofensas, ameaças, golpes, sem murmurar uma<br />

queixa, sem exprimir uma reclamação. No máximo, acompanhava-o com o olhar quan<strong>do</strong> Dom<br />

Cláudio subia a escadaria da torre.<br />

Assim, nesta noite, Quasímo<strong>do</strong>, após ter da<strong>do</strong> uma olha<strong>de</strong>la em seus pobres sinos tão<br />

aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong>s, subiu até o topo da torre setentrional e <strong>de</strong> lá se pôs a observar Paris. A cida<strong>de</strong>,<br />

que não era tão iluminada ainda nessa época, apresentava aos olhos uma confusão <strong>de</strong> massas<br />

pretas, cortadas aqui e ali pela curva esbranquiçada <strong>do</strong> rio Sena.<br />

Enquanto <strong>de</strong>ixava o único olho flutuar neste horizonte <strong>de</strong> bruma e <strong>de</strong> noite, o sineiro<br />

sentia em seu próprio interior uma apreensão inexprimível. Há vários dias ele estava <strong>de</strong> guarda e<br />

via circular incessantemente em re<strong>do</strong>r da igreja homens com um ar sinistro que não paravam <strong>de</strong><br />

observar o asilo da moça. Achan<strong>do</strong> que talvez houvesse alguma conspiração contra a infeliz<br />

refugiada, ele percebeu que existia um ódio popular contra ela e contra ele mesmo, concluin<strong>do</strong><br />

que logo alguma coisa iria acontecer. Sobre o sino, ele se manteve vigilante, montan<strong>do</strong> guarda<br />

como um bom cão.<br />

De repente, ao varrer a cida<strong>de</strong> com seu olho agu<strong>do</strong>, pareceu-lhe ver algo <strong>de</strong> singular <strong>do</strong><br />

la<strong>do</strong> <strong>do</strong> cais e re<strong>do</strong>brou a atenção. O movimento vinha em direção à cida<strong>de</strong> e, enquanto<br />

Quasímo<strong>do</strong> fazia suposições, ressurgiu mais perto. Por fim, ele viu uma coluna humana<br />

<strong>de</strong>sembocar diante <strong>de</strong> <strong>Notre</strong>-Dame e, instantaneamente, espalhar-se pela praça.<br />

Seus temores retornaram e a idéia <strong>de</strong> um atenta<strong>do</strong> contra a cigana invadiu-lhe o espírito.<br />

Sentiu confusa-mente que se aproximava <strong>de</strong> uma situação violenta. Deveria <strong>de</strong>spertá-la?

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