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Download do livro adaptado "O Corcunda de Notre Dame"

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apareceu em seguida, não sem um aumento ainda maior <strong>do</strong> tumulto e da curiosida<strong>de</strong>.<br />

Após o car<strong>de</strong>al <strong>de</strong> Bourbon, chegaram, <strong>do</strong>is a <strong>do</strong>is, os envia<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Duque da Áustria.<br />

Não era mais possível pensar no espetáculo teatral e o pobre Gringoire ficou agita<strong>do</strong>, sem po<strong>de</strong>r,<br />

imediatamente, juntar-se aos comediantes e reconduzir a atenção ao que acontecia em cena.<br />

Entre os recém-chega<strong>do</strong>s <strong>de</strong>stacavam-se os burgueses flamengos, ao mesmo tempo<br />

dignos e severos, <strong>de</strong> famílias parecidas com aquelas a quem o pintor Rembrandt retratou com<br />

tanto talento no quadro Ronda noturna. Estavam ali, entre outras pessoas, Guillaume Rym e<br />

Jacques Coppenole. Este último, um burguês que não negava a origem humil<strong>de</strong> — era<br />

fabricante <strong>de</strong> meias —, chamou a atenção <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que se pôs a falar com familiarida<strong>de</strong> a<br />

um mendigo chama<strong>do</strong> Clopin Trouillefou. O pedinte subira num galho ao la<strong>do</strong> <strong>do</strong> palco, sem se<br />

preocupar com o protocolo, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> gritava várias vezes:<br />

— Carida<strong>de</strong>, pelo amor <strong>de</strong> Deus.<br />

Tu<strong>do</strong> ia <strong>de</strong> mal a pior, porque Jacques Coppenole, enquanto os atores retomavam seus<br />

papéis, levantou-se <strong>de</strong> repente e se pôs a discursar para o público:<br />

— Senhores burgueses e fidalgos <strong>de</strong> Paris, o que fazemos aqui? Vejo sobre este palco<br />

atores fingin<strong>do</strong> que querem brigar. Não sei se é a isto que os senhores dão o nome <strong>de</strong> mistério,<br />

mas não é diverti<strong>do</strong>. Eles brigam com palavras e mais nada. Já faz um quarto <strong>de</strong> hora que<br />

aguar<strong>do</strong> o primeiro golpe e nada acontece. São covar<strong>de</strong>s que se arranham apenas com injúrias.<br />

Deviam fazer vir luta<strong>do</strong>res <strong>de</strong> Londres ou <strong>de</strong> Roterdã e, no momento certo, os senhores teriam<br />

socos que ouviríamos da praça. Não está acontecen<strong>do</strong> aquilo que me haviam dito que ocorreria.<br />

Prometeram-me uma Festa <strong>do</strong>s Loucos, com eleição <strong>do</strong> papa. Nós também temos nosso Papa<br />

<strong>do</strong>s Loucos em Gand e nisso não estamos atrás, mas vejam como fazemos. Reunimo-nos em<br />

multidão, como aqui. Depois, cada um mostra a cabeça através <strong>de</strong> um buraco e faz uma careta<br />

aos outros. Aquele que fizer a careta mais feia é aclama<strong>do</strong> por to<strong>do</strong>s e eleito papa. É muito

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