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Download do livro adaptado "O Corcunda de Notre Dame"

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muitas ruas e cruzamentos, <strong>de</strong>sembocava na Praça da Greve com todas as suas tochas.<br />

A procissão que partiu <strong>do</strong> Palácio organizou-se ao longo <strong>do</strong> caminho, recrutan<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s<br />

os ladrões, vadios e mendigos disponíveis <strong>de</strong> Paris — o que lhe dava um aspecto bizarro.<br />

No centro da multidão, os grãos-oficiais da confraria <strong>do</strong>s Loucos carregavam nos<br />

ombros uma ca<strong>de</strong>ira cheia <strong>de</strong> velas no meio da qual resplan<strong>de</strong>cia senta<strong>do</strong>, com to<strong>do</strong>s os<br />

aparatos, o novo Papa <strong>do</strong>s Loucos: o toca<strong>do</strong>r <strong>do</strong>s sinos <strong>de</strong> <strong>Notre</strong>-Dame, Quasímo<strong>do</strong>, o<br />

<strong>Corcunda</strong>.<br />

É difícil dar uma idéia <strong>do</strong> orgulho que Quasímo<strong>do</strong> sentia. Era a primeira alegria <strong>de</strong><br />

amor-próprio que ele jamais havia experimenta<strong>do</strong>. Conhecia o sineiro até então apenas o<br />

<strong>de</strong>sdém por sua condição, a aversão por sua pessoa. Como era totalmente sur<strong>do</strong>, saboreava as<br />

aclamações da multidão que ele odiava. Que importava se seus a<strong>do</strong>ra<strong>do</strong>res fossem um ban<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> loucos, ladrões e mendigos! Era ainda uma multidão e ele, o soberano. A patética figura<br />

levava a sério to<strong>do</strong>s os aplausos irônicos e todas as <strong>de</strong>ferências ridículas que se misturavam a<br />

um pouco <strong>de</strong> me<strong>do</strong>, porque o <strong>Corcunda</strong> era robusto.<br />

Portanto, foi com certa apreensão que to<strong>do</strong>s viram <strong>de</strong> repente um homem lançar-se no<br />

meio da multidão e arrancar das mãos <strong>de</strong> Quasímo<strong>do</strong> o bastão <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira <strong>do</strong>urada, símbolo <strong>de</strong><br />

seu <strong>de</strong>lirante papa<strong>do</strong>.<br />

Este homem, vesti<strong>do</strong> com o hábito eclesiástico, era o sujeito calvo que assistira antes à<br />

dança da cigana. No momento em que saiu da multidão, Gringoire, que não o havia visto até<br />

então, reconheceu-o.<br />

— Espere! — disse, com um grito <strong>de</strong> surpresa. — É <strong>do</strong>m Cláudio Frollo, o arcebispo. O<br />

que ele quer <strong>de</strong>sse horrível caolho? Vai acabar <strong>de</strong>vora<strong>do</strong>.<br />

Um grito <strong>de</strong> terror se elevou. Quasímo<strong>do</strong> pulou da ca<strong>de</strong>ira e as mulheres viraram o rosto<br />

para não vê-lo fazer em pedaços o arcebispo.

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