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Download do livro adaptado "O Corcunda de Notre Dame"

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daqui e dali. O tempo passava e ele estava havia uma hora e meia, pelo menos, sen<strong>do</strong><br />

ridiculariza<strong>do</strong>.<br />

De repente, ele se agitou com um <strong>de</strong>sespero re<strong>do</strong>bra<strong>do</strong> e fez tremer toda a estrutura<br />

que o sustentava. Quebran<strong>do</strong> o silêncio que havia manti<strong>do</strong> até então, ele gritou, com uma voz<br />

rouca e furiosa:<br />

— Água!<br />

Esta exclamação <strong>de</strong> sofrimento, longe <strong>de</strong> atrair simpatia, serviu para aumentar a<br />

diversão <strong>do</strong> bom povo parisiense que cercava a escada. Ao fim <strong>de</strong> alguns minutos, Quasímo<strong>do</strong><br />

lançou sobre a multidão um olhar <strong>de</strong>sespera<strong>do</strong> e repetiu com uma voz ainda mais aflita:<br />

— Água!<br />

To<strong>do</strong>s riram, mas neste momento uma moça saiu <strong>do</strong> meio da multidão, acompanhada<br />

por uma pequena cabra branca <strong>de</strong> chifres <strong>do</strong>ura<strong>do</strong>s. Ela segurava um tambor na mão e o olho<br />

<strong>de</strong> Quasímo<strong>do</strong> cintilou: era a cigana a quem ele havia ataca<strong>do</strong> na noite prece<strong>de</strong>nte.<br />

Ele não duvi<strong>do</strong>u <strong>de</strong> que ela também viesse se vingar como to<strong>do</strong>s os outros e a viu subir<br />

a escada rapidamente. A cólera e o <strong>de</strong>speito o sufocavam. Ele <strong>de</strong>sejou <strong>de</strong>struir o pelourinho e,<br />

se um raio lança<strong>do</strong> <strong>de</strong> seu olho tivesse o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> fulminar, a egípcia seria transformada em pó<br />

antes <strong>de</strong> chegar ao topo da plataforma.<br />

No entanto, ela aproximou-se <strong>do</strong> réu sem dizer uma palavra e, retiran<strong>do</strong> uma garrafa da<br />

cintura, levou-a <strong>de</strong>vagar aos lábios <strong>do</strong> miserável. Então, daquele olho tão seco e irrita<strong>do</strong>, rolou<br />

uma gran<strong>de</strong> lágrima que escorreu lentamente ao longo <strong>do</strong> rosto disforme, contraí<strong>do</strong> pelo<br />

<strong>de</strong>sespero. Era a primeira vez, talvez, que o <strong>de</strong>safortuna<strong>do</strong> chorava.<br />

A cigana apoiou, sorrin<strong>do</strong>, o gargalo na boca <strong>de</strong> Quasímo<strong>do</strong>. Ele bebeu em tragos<br />

longos, pois tinha uma se<strong>de</strong> ar<strong>de</strong>nte. Quan<strong>do</strong> terminou, esticou os lábios para beijar a bonita<br />

mão que acabara <strong>de</strong> ajudá-lo, mas a moça esquivou-se com um gesto assusta<strong>do</strong> <strong>de</strong> criança que

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