19.04.2013 Views

Download do livro adaptado "O Corcunda de Notre Dame"

Download do livro adaptado "O Corcunda de Notre Dame"

Download do livro adaptado "O Corcunda de Notre Dame"

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

voto <strong>de</strong> silêncio que tinham si<strong>do</strong> obrigadas a fazer:<br />

— O que é aquilo, minha irmã? — dizia uma, observan<strong>do</strong> a pequena criatura que<br />

resmungava e se retorcia sobre o estra<strong>do</strong>.<br />

para esta.<br />

— Não sei nada sobre crianças — respon<strong>de</strong>u a outra —, mas <strong>de</strong>ve ser peca<strong>do</strong> olhar<br />

— É um monstro <strong>de</strong> abominação tal criatura!<br />

— Minha irmã não vê que este pequeno monstro tem pelo menos quatro anos.<br />

Na verda<strong>de</strong>, a criança não era recém-nascida. Tratava-se <strong>de</strong> um pequeno volume que<br />

se remexia bastante, enrola<strong>do</strong> num saco, somente com a cabeça, bastante disforme, para fora.<br />

Nela se via uma floresta <strong>de</strong> cabelos ruivos, um só olho, a boca e os <strong>de</strong>ntes. O olho chorava, a<br />

boca gritava e os <strong>de</strong>ntes pareciam apenas querer mor<strong>de</strong>r. O to<strong>do</strong> se <strong>de</strong>batia no saco e causava<br />

gran<strong>de</strong> surpresa na multidão, que aumentava incessantemente em torno <strong>de</strong>le.<br />

Durante alguns momentos, um jovem padre ouviu as palavras <strong>do</strong> grupo. Era uma figura<br />

severa: testa larga e olhar profun<strong>do</strong>. Ele afastou silenciosamente a aglomeração <strong>de</strong> pessoas,<br />

examinou a criança e esten<strong>de</strong>u a mão para ela.<br />

— Eu irei a<strong>do</strong>tar esta criança — disse o padre.<br />

Depois, enrolou-a com um pedaço <strong>de</strong> sua batina e a levou. A assistência seguiu-o com<br />

olhos amedronta<strong>do</strong>s. Logo, ele <strong>de</strong>sapareceu através da porta vermelha que levava da igreja ao<br />

claustro. Passada a surpresa inicial, uma das mulheres exclamou:<br />

feiticeiro!<br />

— Eu havia mesmo dito, irmãs, que este jovem sacer<strong>do</strong>te, Cláudio Frollo, é um<br />

Cláudio Frollo não era um personagem vulgar. Pertencente à pequena nobreza, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

a infância, ele havia si<strong>do</strong> <strong>de</strong>stina<strong>do</strong> pelos pais à carreira eclesiástica. Era uma criança triste,<br />

solene e séria, que estudava com ar<strong>do</strong>r e aprendia rapidamente. Assim, <strong>de</strong>dicou-se à teologia, à

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!