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Download do livro adaptado "O Corcunda de Notre Dame"

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— Meu amigo, você está bêba<strong>do</strong> — disse o outro. Tratava-se, é claro, <strong>do</strong> capitão e <strong>do</strong><br />

estudante. Parece que o homem que os vigiava na sombra também os reconheceu, porque<br />

seguia, a passos lentos, to<strong>do</strong>s os ziguezagues que o jovem obrigava o capitão a fazer.<br />

Acompanhan<strong>do</strong>-os cuida<strong>do</strong>samente, o homem <strong>de</strong> casaco pô<strong>de</strong> escutar a interessante<br />

conversação que se segue:<br />

— Agora tente andar direito, senhor estudante, pois preciso <strong>de</strong>ixá-lo.<br />

— Então, suma!<br />

— A propósito, Jean, você não tem mais dinheiro? Bebemos toda a carteira <strong>de</strong> seu<br />

irmão? Não temos mais nada? Diga, Jean, ainda temos algumas moedas? Responda ou vou<br />

revistá-lo! Céus, volte a si! Necessito apenas <strong>de</strong> um pouco <strong>de</strong> dinheiro.<br />

Jean fingiu-se <strong>de</strong> sur<strong>do</strong> e aquilo exasperou o capitão, que empurrou cruelmente o<br />

estudante, fazen<strong>do</strong>-o <strong>de</strong>slizar contra a pare<strong>de</strong> e cair suavemente sobre a calçada. Febo ajeitou<br />

com o pé o amigo sobre um monte <strong>de</strong> talos <strong>de</strong> couve joga<strong>do</strong>s na rua, acomodan<strong>do</strong> sua cabeça,<br />

no mesmo instante em que Jean começava a roncar.<br />

— Azar o seu se a carroça <strong>do</strong> guarda noturno o apanhar! -disse o capitão ao pobre<br />

bêba<strong>do</strong> a<strong>do</strong>rmeci<strong>do</strong>, afastan<strong>do</strong>-se.<br />

O homem <strong>de</strong> casaco, que não havia para<strong>do</strong> <strong>de</strong> segui-los, recuou um instante diante <strong>do</strong><br />

jovem <strong>de</strong>ita<strong>do</strong>, pois um tipo <strong>de</strong> in<strong>de</strong>cisão o agitou. Em seguida, dan<strong>do</strong> um suspiro profun<strong>do</strong>,<br />

prosseguiu no encalço <strong>do</strong> capitão.<br />

Jean permaneceu <strong>do</strong>rmin<strong>do</strong> sob o olhar benevolente das estrelas. Desembocan<strong>do</strong> na<br />

rua Saint-André-<strong>de</strong>s-Arts, o capitão Febo percebeu que alguém o seguia. Ele viu, ao virar os<br />

olhos por acaso, uma sombra que rastejava atrás <strong>de</strong> si, ao longo <strong>do</strong>s muros. Ele parou, ela<br />

também. Recomeçou a caminhar e a sombra i<strong>de</strong>m. Aquilo o preocupou muito pouco.<br />

"Oras bolas", pensou, "Não tenho dinheiro. Nem nada que se possa roubar".

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