19.04.2013 Views

Download do livro adaptado "O Corcunda de Notre Dame"

Download do livro adaptado "O Corcunda de Notre Dame"

Download do livro adaptado "O Corcunda de Notre Dame"

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

— Eu a assusto — disse-lhe Quasímo<strong>do</strong>. — Sou bem feio, não é? Não me olhe, ouça<br />

apenas. De dia, permaneça aqui; à noite, po<strong>de</strong>rá passear por toda a igreja. Mas não saia da<br />

catedral nem <strong>de</strong> dia nem à noite, senão estará perdida.<br />

Ela quis respon<strong>de</strong>r, mas ele havia <strong>de</strong>sapareci<strong>do</strong>. Sozinha, Esmeralda pensou nas<br />

palavras singulares daquele ser quase monstruoso. Em seguida, examinou a alcova. Era um<br />

pequeno quarto com uma estreita janela. Da beira <strong>do</strong> teto, conseguia ver a parte superior das<br />

chaminés que faziam subir a fumaça <strong>de</strong> Paris. Triste espetáculo para a pobre cigana, con<strong>de</strong>nada<br />

à morte, infeliz criatura sem pátria, sem família, sem lar.<br />

Pensan<strong>do</strong> no <strong>do</strong>loroso isolamento, sentiu uma cabeça peluda e barbuda <strong>de</strong>slizar entre<br />

seus joelhos. Era a pobre cabra, a ágil Djali, que também havia escapa<strong>do</strong> e que se alegrava em<br />

carícias aos seus pés. Esmeralda cobriu-a <strong>de</strong> beijos.<br />

— Oh, Djali, como pu<strong>de</strong> esquecê-la! Já você não é ingrata, sempre pensa em mim.<br />

Ao mesmo tempo, como se uma mão invisível tivesse levanta<strong>do</strong> o peso que comprimia<br />

as lágrimas em seu coração, pôs-se a chorar, sentin<strong>do</strong> que a <strong>do</strong>r a aban<strong>do</strong>nava.<br />

A noite chegou e ela achou a lua tão bonita que <strong>de</strong>cidiu dar uma volta em torno da<br />

galeria que envolve a igreja. E sentiu-se aliviada, porque a terra lhe pareceu calma, vista daquela<br />

altura.<br />

No dia seguinte, percebeu ao <strong>de</strong>spertar que havia <strong>do</strong>rmi<strong>do</strong> bem e este fato incomum a<br />

surpreen<strong>de</strong>u: há muito per<strong>de</strong>ra o hábito <strong>do</strong> sono. Um feliz raio <strong>de</strong> sol veio golpear-lhe o rosto. Ao<br />

mesmo tempo, na janela ela viu algo que a assustou: a face infeliz <strong>de</strong> Quasímo<strong>do</strong>.<br />

Involuntariamente, fechou os olhos, mas continuou a ver aquela máscara <strong>de</strong> borracha. Então,<br />

manten<strong>do</strong> a vista cerrada, ouviu uma voz que dizia <strong>de</strong>vagar:<br />

— Não tenha me<strong>do</strong>, sou seu amigo. Vim vê-la <strong>do</strong>rmir.<br />

Isso não a atrapalha, não é? Que mal há que eu permaneça aqui enquanto seus olhos

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!