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Download do livro adaptado "O Corcunda de Notre Dame"

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careta sublime que acabara <strong>de</strong> <strong>de</strong>slumbrar o público. O próprio Coppenole aplaudiu.<br />

A aclamação foi unânime. Uma multidão entrou na capela e fez com que saísse em<br />

triunfo o afortuna<strong>do</strong> Papa <strong>do</strong>s Loucos, mas foi neste momento que a surpresa e a admiração<br />

atingiram o ápice. A careta era o próprio rosto, ou melhor, a pessoa toda era uma horrível careta:<br />

uma cabeça gran<strong>de</strong> ouriçada <strong>de</strong> cabelos ruivos; entre os <strong>do</strong>is ombros, uma <strong>Corcunda</strong> enorme da<br />

qual o contragolpe se fazia sentir na parte frontal <strong>de</strong> seu corpo; um sistema <strong>de</strong> coxas e <strong>de</strong> pernas<br />

tão estranhamente tortas que se tocavam apenas por meio <strong>do</strong>s joelhos; pés gran<strong>de</strong>s, mãos<br />

monstruosas e, apesar da <strong>de</strong>formida<strong>de</strong>, uma aparência formidável <strong>de</strong> vigor, agilida<strong>de</strong> e coragem.<br />

Po<strong>de</strong>ríamos dizer que se tratava <strong>de</strong> um gigante que se partira, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> mal cola<strong>do</strong>. Assim era<br />

o Papa que os Loucos acabavam <strong>de</strong> escolher.<br />

— É Quasímo<strong>do</strong>, o sineiro! — gritaram. — É Quasímo<strong>do</strong>, o <strong>Corcunda</strong> <strong>de</strong> <strong>Notre</strong>-Dame!<br />

Quasímo<strong>do</strong>, o caolho! Quasímo<strong>do</strong>, o aleija<strong>do</strong>! Viva!<br />

Estamos ven<strong>do</strong> que o infeliz tinha sobrenomes <strong>de</strong> sobra para escolher. Quasímo<strong>do</strong>,<br />

objeto <strong>do</strong> tumulto, mantinha-se na porta da capela, <strong>de</strong> pé, triste e sério, e se <strong>de</strong>ixava admirar.<br />

Um estudante, Robin Poussepain, veio rir diante <strong>de</strong> seu nariz, e muito perto. O<br />

<strong>Corcunda</strong> limitou-se a levantá-lo pela cintura e a atirá-lo a <strong>de</strong>z passos <strong>de</strong> distância através da<br />

multidão, sem dizer uma só palavra.<br />

To<strong>do</strong>s os mendigos e ladrões aos quais se juntaram os estudantes foram em procissão<br />

buscar no armário <strong>do</strong> tribunal a tiara <strong>de</strong> papel e a patética e grosseira veste <strong>de</strong> pele <strong>de</strong> ovelha <strong>do</strong><br />

Papa <strong>do</strong>s Loucos. Quasímo<strong>do</strong> se <strong>de</strong>ixou vestir sem pestanejar, com uma certa <strong>do</strong>cilida<strong>de</strong><br />

orgulhosa. Em seguida, colocaram-no senta<strong>do</strong> numa ca<strong>de</strong>ira colorida que <strong>do</strong>ze oficiais da<br />

Confraria <strong>do</strong>s Loucos levantaram em seus ombros. Então, uma alegria amarga e arrogante<br />

floresceu na face carrancuda daquela espécie <strong>de</strong> monstro mitológico, quan<strong>do</strong> ele viu sob seus<br />

pés disformes todas as cabeças <strong>de</strong> belos homens, eretos e bem feitos.

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