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Download do livro adaptado "O Corcunda de Notre Dame"

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contemplan<strong>do</strong> as esculturas <strong>do</strong> portal. Ele se acomodara num pequeno quarto numa das torres<br />

que dava para a Praça da Greve, bem ao la<strong>do</strong> <strong>do</strong> campanário. Ninguém entrava ali. Via-se<br />

freqüentemente, à noite, por uma pequena janela, uma clarida<strong>de</strong> vermelha, intermitente,<br />

estranha — fruto <strong>de</strong> suas experiências com a alquimia. À sombra e àquela altura, isto tinha um<br />

efeito singular.<br />

Assim o arcebispo, apesar da austerida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua vida, não caíra nas graças das boas<br />

almas, que não hesitavam em acusá-lo <strong>de</strong> bruxaria.<br />

Observava-se, além disso, que seu horror para com os vagabun<strong>do</strong>s parecia aumentar<br />

havia algum tempo. Ele solicitara ao bispo uma lei que proibisse expressamente aos ciganos<br />

dançar em torno da igreja.<br />

Assim, ele e o sineiro eram bem pouco aprecia<strong>do</strong>s nas proximida<strong>de</strong>s da catedral.<br />

Quan<strong>do</strong> Cláudio e Quasímo<strong>do</strong> saíam juntos caminhan<strong>do</strong>, o emprega<strong>do</strong> seguin<strong>do</strong> o mestre, nas<br />

ruas estreitas e sombrias <strong>do</strong> quarteirão <strong>de</strong> <strong>Notre</strong>-Dame, sempre alguns palavrões e algumas<br />

gozações incomodavam a passagem <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is. Às vezes, era um menino ousa<strong>do</strong> que arriscava a<br />

pele e os ossos para ter o prazer in<strong>de</strong>scritível <strong>de</strong> espetar um alfinete na <strong>Corcunda</strong> <strong>de</strong> Quasímo<strong>do</strong>.<br />

Às vezes, um grupo <strong>de</strong> velhas, reuni<strong>do</strong> na sombra <strong>de</strong> um pórtico, resmungava em voz alta e<br />

lançava uma irônica saudação: "Aí vai um que tem a alma igual ao corpo <strong>do</strong> outro!". Ou era um<br />

ban<strong>do</strong> <strong>de</strong> alunos que os cumprimentava com algumas vaias. Geralmente, o insulto passava<br />

<strong>de</strong>spercebi<strong>do</strong> pelo padre e pelo sineiro. Para escutar estas coisas graciosas, Quasímo<strong>do</strong> era<br />

sur<strong>do</strong>; e <strong>do</strong>m Cláudio, bastante distraí<strong>do</strong>.

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