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Download do livro adaptado "O Corcunda de Notre Dame"

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sobre o olho, a cabeça enterrada nos ombros, a coluna vertebral arqueada e as pernas torcidas,<br />

mas parecia ativo e, embora fosse impossível saber em que língua ele balbuciava, seu choro<br />

prenunciava alguma força e saú<strong>de</strong>. A compaixão <strong>de</strong> Cláudio cresceu com a feiúra <strong>do</strong> menino. Ele<br />

fez votos <strong>de</strong> criar a criança pelo amor <strong>de</strong> seu irmão. Ao batizá-la, <strong>de</strong>u-lhe o nome <strong>de</strong> Quasímo<strong>do</strong><br />

tanto em homenagem ao primeiro dia <strong>de</strong>pois da Páscoa, quanto por se tratar <strong>de</strong> uma criatura<br />

incompleta, um quase ser.<br />

Em 1482, Quasímo<strong>do</strong>, já cresci<strong>do</strong>, tornara-se o sineiro da catedral <strong>de</strong> <strong>Notre</strong>-Dame<br />

graças a seu pai a<strong>do</strong>tivo, Cláudio Frollo, agora arcebispo.<br />

Com o tempo, criou-se uma relação íntima que unia o toca<strong>do</strong>r <strong>de</strong> sino à igreja.<br />

Quasímo<strong>do</strong> fez <strong>de</strong> <strong>Notre</strong>-Dame seu ninho, sua casa, seu universo. Não havia profundida<strong>de</strong> que<br />

ele não tivesse penetra<strong>do</strong>, altura que não tivesse escala<strong>do</strong>. Freqüentemente,, subia pela<br />

fachada, servin<strong>do</strong>-se apenas das asperezas da construção. Graças aos saltos e às escaladas,<br />

às brinca<strong>de</strong>iras no meio <strong>do</strong>s abismos da gigantesca catedral, tornara-se, <strong>de</strong> certa maneira,<br />

macaco e cabra montanhesa.<br />

Foi com gran<strong>de</strong> esforço e paciência que Cláudio Frollo conseguiu ensinar-lhe a falar.<br />

Mas havia uma fatalida<strong>de</strong> ligada à pobre criança. Sineiro <strong>de</strong> <strong>Notre</strong>-Dame há catorze anos, os<br />

sinos haviam perfura<strong>do</strong> seus tímpanos e ele tinha fica<strong>do</strong> sur<strong>do</strong>. Sua alma mergulhou numa noite<br />

profunda. A sur<strong>de</strong>z tornou-o mu<strong>do</strong>, porque, para não ser motivo <strong>do</strong> riso alheio, ele <strong>de</strong>cidiu<br />

resolutamente manter um silêncio que nunca quebrava, exceto quan<strong>do</strong> estava só. E ele se<br />

tornou mau. Mau na verda<strong>de</strong> porque era selvagem. E selvagem porque era feio. Sua força,<br />

extraordinariamente <strong>de</strong>senvolvida, era uma causa a mais para a malda<strong>de</strong>.<br />

Des<strong>de</strong> os primeiros passos entre os homens, ele se sentiu isola<strong>do</strong>. Ao crescer,<br />

encontrou apenas ódio em torno <strong>de</strong> si, então, olhava a humanida<strong>de</strong> com tristeza. <strong>Notre</strong>-Dame<br />

era suficiente. A presença <strong>de</strong>sse ser extraordinário fazia circular em toda a catedral um sopro <strong>de</strong>

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