19.04.2013 Views

Download do livro adaptado "O Corcunda de Notre Dame"

Download do livro adaptado "O Corcunda de Notre Dame"

Download do livro adaptado "O Corcunda de Notre Dame"

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

como no verão. A senhorita, que <strong>do</strong>ara o resto <strong>de</strong> seus bens aos pobres e a Deus, havia<br />

espera<strong>do</strong> a morte vinte anos neste túmulo, rezan<strong>do</strong> dia e noite pela alma <strong>do</strong> pai, <strong>do</strong>rmin<strong>do</strong> nas<br />

cinzas, sem ter nem mesmo uma pedra como travesseiro, vestida com um saco preto e viven<strong>do</strong><br />

apenas daquilo que a pieda<strong>de</strong> <strong>do</strong>s transeuntes <strong>de</strong>positava sobre o parapeito da pequena janela.<br />

Quan<strong>do</strong> morreu, <strong>de</strong>ixou a cela para as mulheres que queriam se enterrar vivas num momento <strong>de</strong><br />

gran<strong>de</strong> <strong>do</strong>r ou por uma gran<strong>de</strong> penitência.<br />

A Tour-Roland nunca <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> aceitar mulheres reclusas. Muitas <strong>de</strong>las a habitavam até<br />

a morte e o povo <strong>de</strong> Paris se habituou a chamar o local <strong>de</strong> "o buraco <strong>do</strong>s ratos". Na época em<br />

que se passa esta história, a cela da Tour-Roland estava ocupada justamente por aquela mulher<br />

que interrompeu a apresentação da cigana Esmeralda, mandan<strong>do</strong>-a embora.<br />

A história <strong>de</strong>sta reclusa será ouvida por meio da conversa <strong>de</strong> três boas comadres que<br />

se dirigiam precisamente para Iá, subin<strong>do</strong> <strong>do</strong> Palácio Châtelet para a Praça da Greve, ao longo<br />

<strong>do</strong> rio.<br />

Duas <strong>de</strong>stas mulheres vestiam-se como boas burguesas <strong>de</strong> Paris, a outra tinha um ar<br />

mais provinciano. Ela segurava pela mão um menino gran<strong>de</strong> que, por sua vez, carregava um<br />

bolo.<br />

A criança se <strong>de</strong>ixava arrastar e tropeçava a to<strong>do</strong> instante, talvez porque olhasse mais<br />

para o bolo <strong>do</strong> que para a calçada, e algum motivo sério o impedia <strong>de</strong> mordê-lo, já que ele se<br />

satisfazia em observá-lo com carinho. As três senhoritas, que se chamavam Mahiette, Oudar<strong>de</strong><br />

e Gervaise, falavam todas ao mesmo tempo.<br />

— Precisamos nos apressar, senhorita Mahiette — dizia a mais jovem das três para<br />

aquela com ar provinciano. — Tenho muito me<strong>do</strong> <strong>de</strong> chegarmos atrasadas. Disseram no Palácio<br />

Châtelet que ele seria leva<strong>do</strong> imediatamente ao pelourinho.<br />

— Ora bolas, o que você está dizen<strong>do</strong>, senhorita Oudar<strong>de</strong>? — continuou a outra

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!