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Download do livro adaptado "O Corcunda de Notre Dame"

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— É suficiente — retomou o ouvi<strong>do</strong>r quan<strong>do</strong> achou que o acusa<strong>do</strong> tivesse da<strong>do</strong> a<br />

terceira resposta. — É acusa<strong>do</strong> em nossa presença, primeiramente, <strong>de</strong> perturbação noturna; em<br />

segun<strong>do</strong> lugar, <strong>de</strong> violência contra a pessoa <strong>de</strong> uma jovem cigana; em terceiro, <strong>de</strong> rebelião<br />

contra as armas <strong>do</strong> rei. Faça sua <strong>de</strong>fesa sobre to<strong>do</strong>s esses pontos. Escrevente, tu<strong>do</strong> o que o<br />

acusa<strong>do</strong> disse até agora foi escrito?<br />

Quan<strong>do</strong> esta pergunta inoportuna foi feita, uma gargalhada geral ecoou tão contagiosa<br />

que os <strong>do</strong>is sur<strong>do</strong>s a perceberam. Quasímo<strong>do</strong> virou-se, levantan<strong>do</strong> a <strong>Corcunda</strong> com <strong>de</strong>sdém,<br />

enquanto o senhor Florian, surpreendi<strong>do</strong> como ele e supon<strong>do</strong> que o riso <strong>do</strong>s especta<strong>do</strong>res<br />

tivesse si<strong>do</strong> provoca<strong>do</strong> por alguma réplica irreverente <strong>do</strong> acusa<strong>do</strong>, gritou em sua direção com<br />

indignação:<br />

falan<strong>do</strong>?<br />

— Sua resposta, engraçadinho, mereceria a forca. O senhor sabe com quem está<br />

Não há nenhuma razão pela qual um sur<strong>do</strong> que fala a outro sur<strong>do</strong> se interrompa. O<br />

senhor Florian ia se lançar à alta eloqüência, quan<strong>do</strong> a porta <strong>do</strong>s fun<strong>do</strong>s se abriu <strong>de</strong> repente,<br />

dan<strong>do</strong> passagem ao chefe da magistratura. À sua entrada, o ouvi<strong>do</strong>r parou <strong>de</strong> repente.<br />

— Senhor — disse Florian Bar<strong>de</strong>bienne a Roberto d'Estouteville, que acabara <strong>de</strong> entrar<br />

—, peço a penalida<strong>de</strong> que lhe agradar contra o acusa<strong>do</strong> presente, por violação grave da lei.<br />

Depois disso, o ouvi<strong>do</strong>r sentou-se, enxugan<strong>do</strong> o suor que lhe escorria da testa e que<br />

molhava as folhas <strong>do</strong> processo que tinha diante <strong>de</strong> si. O senhor d'Estouteville franziu as<br />

sobrancelhas e chamou a atenção <strong>de</strong> Quasímo<strong>do</strong> com um gesto tão imperioso que este<br />

compreen<strong>de</strong>u algo. Com severida<strong>de</strong>, o magistra<strong>do</strong> dirigiu-lhe a palavra:<br />

— O que você fez para estar aqui, tratante?<br />

O infeliz, supon<strong>do</strong> que o magistra<strong>do</strong> perguntava seu nome, quebrou o silêncio que<br />

mantinha habitualmente e respon<strong>de</strong>u com uma voz rouca e gutural:

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