Pragmática: Comunicação Publicitária e Marketing - Livros LabCom ...
Pragmática: Comunicação Publicitária e Marketing - Livros LabCom ...
Pragmática: Comunicação Publicitária e Marketing - Livros LabCom ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
✐<br />
✐<br />
✐<br />
✐<br />
O idealismo do comércio online na terceira idade 153<br />
suas escolhas e o velho que aparentemente não se cuida, sejam quais forem as<br />
razões. Vive-se o que a autora intitula de privatização da velhice.<br />
Ainda segundo Debert (1997) este estado promove, inclusivamente, a visibilidade<br />
nos média de um Gerontólogo activo no combate à velhice e protagonista<br />
publicitário de uma imensidão de receitas destinadas aqueles que<br />
não querem envelhecer, retirando-lhe a presença enquanto profissional focado<br />
nas causas de um perfil de idoso mais carenciado, desprotegido e em maioria.<br />
Reforça-se a condenação do velho que não se ajusta, promovendo-se até, a<br />
responsabilização pela sua negligência.<br />
Considerando o foco deste artigo na realidade portuguesa, mais se conclui<br />
com a analise dos resultados do estudo elaborado por Mauritti (2004).<br />
Neste entende-se que apenas uma pequena parcela da população nacional que<br />
vive o ciclo de envelhecimento garante condições para responder a este apelo<br />
do mercado. Apenas os Perfis D (velhice autónoma) e E (velhice distinta),<br />
representativos de 3,3% e 11,5% respectivamente, garantem uma capacidade<br />
média-alta de hábitos de consumo e revelam uma preocupação com práticas<br />
de vida que garantam o conforto e a qualidade. O Perfil E revela uma capacidade<br />
em tudo superior, para além da afirmação no investimento pessoal e<br />
familiar diversificado (e.g. social, cultural, tecnológico). Poder-se-á referir<br />
ainda o Perfil C (28,3% - velhice remediada) dada media de disponibilidade<br />
para o consumo, mas com ressalvas pela ausência de transversalidade.<br />
Se por um lado se desmistificou o problema da idade e enriqueceu o leque<br />
de opções e oportunidades dos mais idosos, também é verdadeiro o contributo<br />
para a omissão das fragilidades naturais da fase final da vida e para a<br />
precariedade social que prevalece. Instalou-se um jogo de poder potenciado<br />
pelas autoridades governamentais e pelos produtores, e patrocinado pelos média<br />
que publicitam maioritariamente o interesse do ercado em detrimento da<br />
socialização e apoio ao idoso. Exibe-se uma realidade fora do alcance da<br />
maioria dos reformados, por não poderem pagar os benefícios do consumo, o<br />
que pode inclusive ser encarado por alguns enquanto frustração. Ganhou-se<br />
porém, uma oferta de produtos e serviços para atender a uma parcela.<br />
Não obstante, tal como expressa Debert (n.d. como citado em Muniz,<br />
n.d. 4 ),<br />
4 Disponível em: http://www.maisde50.com.br/editoria_conteudo2.<br />
asp?conteudo_id=5561. Acedido em 06 de Novembro 2010.<br />
✐<br />
✐<br />
✐<br />
✐