Pragmática: Comunicação Publicitária e Marketing - Livros LabCom ...
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A Marca como Elemento Publicitário da Embalagem 211<br />
o objecto, associando-o ao valor de determinada pessoa, e que nalguns casos<br />
se tornou mesmo o nome genérico de uma empresa (Volli, 2003, p.118). Ela é<br />
responsável pela passagem do realismo da matéria (nome comum) ao simbolismo<br />
(nome próprio), uma vez que o vocabulário que designa originalmente<br />
uma marca torna-se para o público, o nome do próprio objecto (Carvalho,<br />
2006 p.37). Exemplos clássicos como a Gillette a Kodak ou a Bic que, graças<br />
ao sucesso alcançado no lançamento no mercado, fizeram com que o vocabulário<br />
que designava originalmente a marca se tornasse para o público o nome<br />
do próprio objecto.<br />
Contudo, como refere Caro (1994 p.147), à medida que a marca vai substituindo<br />
o produto esta vai dependendo menos do produto em si e mais da<br />
imagem de marca, que preserva a percepção pública do mesmo. As imagens<br />
de marca, hoje, posicionam-se acima do próprio produto. O conceito de<br />
marca é bem mais abrangente que a sua representação gráfica. Uma empresa,<br />
através do seu “nome fantasia” e da sua representação gráfica - comunica a<br />
“promessa” de um produto, seu diferencial frente aos concorrentes que o faz<br />
especial e único. Hoje, procura-se associar às marcas uma personalidade ou<br />
uma imagem mental. Pretende-se marcar a imagem na mente do consumidor,<br />
isto é, associar a imagem à qualidade do produto. Afirma Klein (2002, p. 45)<br />
que a importância desta tomada de consciência pelas empresas foi crucial pois<br />
estas podem fabricar produtos, mas o que os consumidores compram são as<br />
marcas. A marca não é um produto, mas uma forma de vida, uma atitude, um<br />
conjunto de valores, um visual, uma ideia.<br />
Assim, cada indivíduo-alvo de cada segmento de público tem, ou pode ter,<br />
ou deve ter, ao nível da recepção, na gestão da imagem, múltiplas associações<br />
à marca conscientes ou inconscientes, individuais ou colectivas (Pelleman,<br />
1998, apud Lencastre, 2007, p.63). Se essas associações não existirem então<br />
estamos perante o grau zero da imagem de marca. Assim, para que esse nível<br />
zero não exista, todo o dispositivo da marca vai no sentido de obter associações<br />
mentais aos seus sinais, para que estes provoquem nos públicos-alvo<br />
uma resposta cognitiva, afectiva, comportamental, forte, favorável e se possível<br />
única (Keller, 1998 apud Lencastre, 2007, p. 63). Ainda segundo Lencastre<br />
(2007, p. 69) o valor de uma marca mede-se pela resposta junto dos seus<br />
mercados-alvo, sendo no fundo o valor de uma adesão e de uma fidelidade.<br />
É aqui que a embalagem, enquanto suporte fisico de uma marca, tem um<br />
papel estrutural deveras importante, que é a sua contribuição para a imagem<br />
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