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Pragmática: Comunicação Publicitária e Marketing - Livros LabCom ...

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52 Paulo Serra<br />

A disparidade dos dois trabalhos referidos no que se refere à inclusão ou<br />

não da ironia nas respectivas classificações das imagens publicitárias levanta,<br />

desde logo, a questão da frequência da utilização da mesma na retórica publicitária.<br />

Numa primeira análise, podemos pôr a hipótese de que essa frequência<br />

seria muito baixa na altura do estudo de Durand, razão pela qual ele não a<br />

terá encontrado nos milhares de anúncios que analisou, sendo maior na altura<br />

do estudo de McQuarrie e Mick, feito pouco mais de vinte anos depois<br />

– podendo-se concluir, portanto, por um aumento gradual da frequência da<br />

ironia na publicidade ao longo dos anos. Como que a confirmar esta hipótese,<br />

um artigo de Gibbs e Izett publicado em 2005 refere-se à ironia como “uma<br />

figura de discurso largamente utilizada na publicidade” (p. 131) – o que se<br />

explicaria pelo facto de que “os publicitários vêem a ironia como uma arma<br />

especial na sua tentativa para captar a atenção das pessoas e persuadi-las de<br />

certos modos.” (Gibbs, & Izett, p. 132).<br />

No entanto, alguns dados empíricos recolhidos por nós, ainda que sem carácter<br />

sistemático e exaustivo, levam-nos a inclinar-nos para a tese de<br />

Deighton, que sublinha a raridade da ironia na publicidade (Deighton, 1985,<br />

s/p). Assim, e para testarmos minimamente esta tese, procedemos à análise<br />

de duas amostras de conveniência.<br />

A primeira era constituída pelos números de Janeiro de 2010 das seguintes<br />

dez revistas, de temas e características bastante diversas: FHM (revista masculina),<br />

Activa (revista feminina), Máxima (revista feminina), Motociclismo,<br />

Bike Magzine, Volta ao Mundo (revista de viagens), Exame, Marketeer, Super<br />

Inteligente e National Geoographic Portugal. Nas várias centenas de anúncios<br />

observados – e nem sempre é fácil, em muitas destas revistas, dizer o que<br />

não é anúncio –, não foi encontrado nenhum que fizesse uso da ironia.<br />

A segunda amostra era constituída pelos quatro números das revistas de<br />

informação generalista Visão, Sábado e Foco publicados também em Janeiro<br />

de 2010. Nesse total de 12 números foi encontrado apenas um anúncio que<br />

pode ser classificado como clara e totalmente irónico: o anúncio “Indignados<br />

com a pobreza e desigualdade social”, da Amnistia Internacional, sobre os<br />

sem-abrigo (Visão, N o 878, 7 a 13 de Dezembro de 2010, p. 73). (Há um outro,<br />

mas que joga apenas parcialmente com a ironia, que aparece nos números<br />

879 e 880 da Visão: um dos anúncios que integram a campanha “Há mais na<br />

vida do que ter um Volvo”, sobre o Volvo Drive C30 e C50).<br />

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