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O Partido com Paredes de Vidro - Partido Comunista Português

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O <strong>Partido</strong> <strong>com</strong> <strong>Pare<strong>de</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Vidro</strong><br />

tilo caracterizado pela direcção colectiva e o trabalho colectivo<br />

e pelo direito e a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> opinião e <strong>de</strong> crítica.<br />

Se a submissão da minoria à maioria é <strong>com</strong>preendida <strong>com</strong>o<br />

uma forma simplificada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão e <strong>de</strong> disciplina, acaba por ser,<br />

não uma regra <strong>de</strong>mocrática e uma prática <strong>de</strong>mocrática mas um<br />

processo burocrático falseando grosseiramente a <strong>de</strong>mocracia interna.<br />

Se, por exemplo, num organismo <strong>de</strong>terminado, uma parte<br />

maioritária dos camaradas abrevia ou dispensa as discussões,<br />

se <strong>de</strong>sinteressa das opiniões dos outros e recorre sistematicamente<br />

à votação maioritária, <strong>de</strong>turpa e infringe o verda<strong>de</strong>iro<br />

princípio <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão por opinião maioritária.<br />

Na <strong>de</strong>cisão por maioria não é a votação em si o fundamental.<br />

O fundamental é o apuramento <strong>de</strong> uma opinião colectiva,<br />

maioritária, quando não po<strong>de</strong> ser unânime.<br />

Votações para apuramento pelo voto maioritário que não<br />

assentem numa aberta, franca e profunda troca <strong>de</strong> opiniões e<br />

no conhecimento e no exame atento e recíproco <strong>de</strong>ssas opiniões,<br />

são um acto formal que assegura, é certo, que <strong>de</strong>cida o<br />

maior número, mas não assegura que o maior número <strong>de</strong>cida<br />

em consciência.<br />

Em condições <strong>de</strong> vida menos <strong>de</strong>mocráticas, a <strong>de</strong>cisão por<br />

votações sistemáticas oferece um perigo suplementar: a tendência<br />

para uma posição seguidista, votando <strong>com</strong> os mais responsáveis,<br />

não procurando nem <strong>com</strong>preen<strong>de</strong>r o problema em<br />

discussão nem tomar uma posição conforme <strong>com</strong> a própria<br />

consciência.<br />

A aceitação do princípio <strong>de</strong> que as <strong>de</strong>cisões são tomadas<br />

por maioria não significa que em cada caso haja votação. A votação<br />

<strong>de</strong>ve ser realizada quando necessário. Po<strong>de</strong> em alguns casos<br />

ser o melhor processo <strong>de</strong> apuramento. Não o processo normal<br />

e obrigatório.<br />

Assim, em numerosas questões <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m prática e <strong>de</strong> carácter<br />

secundário, é muitas vezes preferível, na base <strong>de</strong> propostas<br />

iniciais e <strong>de</strong> um brevíssimo tempo para objecções eventuais,<br />

proce<strong>de</strong>r a uma votação do que abrir e arrastar discussões.<br />

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