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O Partido com Paredes de Vidro - Partido Comunista Português

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Álvaro Cunhal<br />

No PCP têm sido <strong>com</strong>batidas <strong>com</strong> êxito tais tendências negativas,<br />

embora apareçam mitigadas em casos isolados e raros.<br />

Os militantes sentem-se à vonta<strong>de</strong> nas suas relações para expressar<br />

a sua opinião, favorável ou <strong>de</strong>sfavorável, para aplaudirem ou<br />

não aplaudirem, para apoiarem, para discordarem e para criticarem.<br />

Po<strong>de</strong> afirmar-se que a ausência da prática do elogio e a<br />

repulsa generalizada por quaisquer manifestações <strong>de</strong> adulação<br />

constituem factores importantes do respeito <strong>de</strong> todos por<br />

todos, da reconhecida autorida<strong>de</strong> <strong>de</strong> organismos e dirigentes.<br />

ARROGÂNCIA DA CHEFIA E DO PODER<br />

A arrogância da chefia e do Po<strong>de</strong>r (<strong>de</strong> um partido ou <strong>de</strong><br />

um Estado) consiste fundamentalmente na afirmação da chefia<br />

e do Po<strong>de</strong>r perante os outros, mesmo quando inconveniente ou<br />

<strong>de</strong>snecessária.<br />

Tal arrogância po<strong>de</strong> ter <strong>com</strong>o origem a concepção política<br />

<strong>de</strong> que a chefia e o Po<strong>de</strong>r <strong>de</strong>vem evi<strong>de</strong>nciar-se para impor<br />

respeito e autorida<strong>de</strong>. Po<strong>de</strong> também ter <strong>com</strong>o origem características<br />

dos dirigentes e dos representantes do Po<strong>de</strong>r, que dificilmente<br />

aceitam passar <strong>de</strong>spercebidos.<br />

É <strong>de</strong> admitir, por exemplo, que dirigentes <strong>de</strong> um Estado,<br />

que têm, excepcionalmente por interesse público ou razões <strong>de</strong><br />

segurança, urgência <strong>de</strong> se <strong>de</strong>slocarem por ruas e estradas <strong>com</strong><br />

velocida<strong>de</strong> superior à geralmente admitida, tenham priorida<strong>de</strong>s<br />

ocasionais e infrinjam regras <strong>de</strong> trânsito. Tal <strong>com</strong>o os bombeiros<br />

e as ambulâncias. Mas já é menos admissível que essas situações<br />

excepcionais e justificadas se possam tornar norma corrente, e<br />

praticar-se, não por motivo <strong>de</strong> interesse público ou <strong>de</strong> segurança<br />

mas por <strong>com</strong>odida<strong>de</strong> própria, ou apenas <strong>com</strong>o privilégio que<br />

se adquire na própria exibição.<br />

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