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O Partido com Paredes de Vidro - Partido Comunista Português

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O <strong>Partido</strong> <strong>com</strong> <strong>Pare<strong>de</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Vidro</strong><br />

experiências <strong>de</strong> valida<strong>de</strong> universal do movimento revolucionário.<br />

Nesta atitu<strong>de</strong> é muito vulgar a preocupação da «novida<strong>de</strong>»,<br />

cuidando-se que é certa apenas porque aparece <strong>com</strong>o algo <strong>de</strong><br />

novo e renovador.<br />

Inscreve-se nessa atitu<strong>de</strong> a absurda tentativa <strong>de</strong> separar o<br />

marxismo e o leninismo, afirmando entretanto que a fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong><br />

ao marxismo é <strong>com</strong>patível <strong>com</strong> o abandono do leninismo.<br />

Afinal o que dizem rejeitar <strong>de</strong> Lénine? Mesmo em países<br />

<strong>de</strong> capitalismo <strong>de</strong>senvolvido, dizem rejeitar o papel revolucionário<br />

e <strong>de</strong> vanguarda da classe operária substituindo-o efectivamente<br />

pelo papel <strong>de</strong> vanguarda dos intelectuais e da pequena<br />

burguesia urbana. Dizem rejeitar a concepção <strong>de</strong> aliança da classe<br />

operária <strong>com</strong> o campesinato substituindo-a por uma aliança<br />

in<strong>de</strong>finida <strong>de</strong> forças sociais heterogéneas. Dizem rejeitar a teoria<br />

do Estado e a teoria do <strong>Partido</strong>. Dizem rejeitar a crítica leninista<br />

à <strong>de</strong>mocracia burguesa e ao parlamentarismo burguês<br />

<strong>com</strong>o formas políticas <strong>de</strong> opressão económica e social e <strong>de</strong>scobrem-lhes<br />

valores que sobrepõem aos objectivos da emancipação<br />

social. Dizem rejeitar métodos revolucionários <strong>de</strong> acesso da<br />

classe operária ao Po<strong>de</strong>r.<br />

Julgando separar Lénine <strong>de</strong> Marx para o renegar, acabam<br />

por renegar também Marx, pois todas essas teses <strong>de</strong>formadas,<br />

caricaturadas e rejeitadas, embora <strong>de</strong>senvolvidas por Lénine,<br />

fazem parte das i<strong>de</strong>ias básicas do marxismo.<br />

Suce<strong>de</strong> assim que, lançados na especulação, os novos teóricos,<br />

sem darem por isso, apresentam <strong>com</strong>o conclusões novas<br />

e criadoras o que não é mais do que a reposição <strong>de</strong> velhos, ultrapassados<br />

e <strong>de</strong>sacreditados conceitos.<br />

Nada <strong>de</strong> admirar que, abandonando Lénine, acabem por<br />

cair, no plano político, em concepções que em numerosos aspectos<br />

se i<strong>de</strong>ntificam ou confun<strong>de</strong>m <strong>com</strong> as do reformismo e<br />

da social-<strong>de</strong>mocracia.<br />

O marxismo-leninismo é, por um lado, intrinsecamente<br />

antidogmático: é, por outro lado, contrário à elucubração teó-<br />

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