O Partido com Paredes de Vidro - Partido Comunista Português
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O <strong>Partido</strong> <strong>com</strong> <strong>Pare<strong>de</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Vidro</strong><br />
gerações». Mas não <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> haver fenómenos que se inserem<br />
em tal conflito.<br />
Não é raro manifestarem-se in<strong>com</strong>preensões, seja dos quadros<br />
mais antigos em relação aos mais novos (que não sabem<br />
nada, que não têm experiência, que não <strong>de</strong>ram provas, que<br />
primeiro têm <strong>de</strong> apren<strong>de</strong>r, que ainda estão ver<strong>de</strong>s) seja dos mais<br />
novos em relação aos mais velhos (que estão ancilosados e<br />
petrificados, que são incapazes <strong>de</strong> <strong>com</strong>preen<strong>de</strong>r os novos fenómenos,<br />
que julgam a actualida<strong>de</strong> <strong>com</strong>o se fosse a do seu tempo).<br />
Essas in<strong>com</strong>preensões partem <strong>de</strong> algumas observações correctas,<br />
mas são globalmente injustas e resvalam <strong>com</strong> frequência<br />
para o estabelecimento <strong>de</strong> fronteiras na <strong>com</strong>unicação entre<br />
as gerações, quando não para in<strong>com</strong>patibilida<strong>de</strong>s e fracturas.<br />
A luta contra os sintomas <strong>de</strong> tal «conflito <strong>de</strong> gerações» faz<br />
parte do trabalho educativo diário do nosso <strong>Partido</strong>.<br />
Esse trabalho educativo faz-se nos mais variados sentidos.<br />
Faz-se criando a consciência nos quadros mais jovens do<br />
valor, da experiência, do saber, da firmeza dos quadros mais<br />
antigos, dos justos graus <strong>de</strong> confiança assente nas provas dadas,<br />
na <strong>com</strong>plexida<strong>de</strong> das tarefas revolucionárias, da longa aprendizagem<br />
que elas exigem.<br />
Faz-se criando a consciência nos quadros mais antigos <strong>de</strong><br />
que a vida anda para a frente, que não se po<strong>de</strong> no presente viver<br />
apenas do passado, que há capacida<strong>de</strong>s que se ganham <strong>com</strong> os<br />
anos mas também há as que se per<strong>de</strong>m, e que o militante <strong>com</strong>unista<br />
não po<strong>de</strong> olhar a juventu<strong>de</strong> <strong>com</strong> os olhos con<strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes<br />
e críticos dos avós para os netos, mas <strong>com</strong> o olhar horizontal<br />
e fraterno <strong>de</strong> <strong>com</strong>unista para <strong>com</strong>unista.<br />
A chave principal para a solução correcta do problema é o<br />
pleno aproveitamento da capacida<strong>de</strong> e experiência dos quadros,<br />
o que significa, por um lado, a utilização das capacida<strong>de</strong>s dos<br />
camaradas <strong>com</strong> mais anos <strong>de</strong> <strong>Partido</strong> e, por outro lado, a atracção,<br />
a abertura, a dinamização e a audaciosa promoção dos quadros<br />
jovens, que se vão forjando na luta e trazem consigo, não<br />
apenas novas energias mas também experiências novas e essenciais<br />
para o <strong>de</strong>senvolvimento do <strong>Partido</strong>.<br />
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