O Partido com Paredes de Vidro - Partido Comunista Português
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O <strong>Partido</strong> <strong>com</strong> <strong>Pare<strong>de</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Vidro</strong><br />
A <strong>de</strong>ificação dos mortos ou é uma <strong>de</strong>sencorajadora subestimação<br />
do papel dos vivos ou uma tentação à sua igual <strong>de</strong>ificação.<br />
Um Mestre é verda<strong>de</strong>iramente um Mestre, se os discípulos<br />
não fazem do Mestre um Deus.<br />
Com Deus não se discute, Deus or<strong>de</strong>na, a Deus obe<strong>de</strong>ce-<br />
-se. Deus é o dogma, o Mestre a verda<strong>de</strong> dialéctica. Deus é a<br />
afirmação absoluta <strong>de</strong> uma verda<strong>de</strong> eterna. O Mestre é o ensinamento<br />
da verda<strong>de</strong> da vida, na sua evolução, nas suas mudanças,<br />
no seu constante <strong>de</strong>senvolvimento, na sua relativida<strong>de</strong>.<br />
É necessário apren<strong>de</strong>r <strong>com</strong> Lénine e <strong>com</strong> os seus ensinamentos<br />
<strong>de</strong> valida<strong>de</strong> universal. Uma primeira condição para ser<br />
leninista é ver em Lénine um Mestre e não um Deus.<br />
VERDADEIRA E FALSA AUTORIDADE<br />
A autorida<strong>de</strong>, no nosso <strong>Partido</strong>, é hoje uma situação <strong>de</strong><br />
facto e não uma imposição <strong>de</strong> direito. A autorida<strong>de</strong> no <strong>Partido</strong><br />
não parte da afirmação <strong>de</strong> quem a tem mas da atitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> quem<br />
a reconhece. Não é uma imposição estatutária, mas uma aquisição<br />
verificada pela prática.<br />
A verda<strong>de</strong>ira autorida<strong>de</strong> colectiva (<strong>de</strong> um organismo ou organização)<br />
ou individual (<strong>de</strong> um militante) resulta fundamentalmente<br />
do acerto das <strong>de</strong>cisões, do trabalho positivo, da<br />
expressão concreta do respeito pelos outros, da busca das opiniões<br />
e da contribuição do colectivo, da consciência <strong>de</strong> que o<br />
organismo ou o camarada consi<strong>de</strong>rado individualmente têm capacida<strong>de</strong><br />
para <strong>de</strong>cidir <strong>com</strong> acerto fundamentalmente porque<br />
têm em conta a contribuição do colectivo.<br />
Há quem <strong>com</strong>preenda a autorida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um organismo <strong>de</strong><br />
direcção ou <strong>de</strong> um dirigente <strong>com</strong>o o seu po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão, ao<br />
qual correspon<strong>de</strong> para os militantes das organizações respectivas<br />
a obrigação <strong>de</strong> cumprir. O po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisão é sinónimo <strong>de</strong><br />
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