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O Partido com Paredes de Vidro - Partido Comunista Português

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Álvaro Cunhal<br />

abusos <strong>de</strong> métodos administrativos, <strong>de</strong>signadamente no tratamento<br />

<strong>de</strong> problemas <strong>de</strong> quadros.<br />

Como reacção natural contra tal situação, o V Congresso,<br />

realizado em 1957, estimulado também pelo <strong>de</strong>svendar do culto<br />

da personalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Stáline e <strong>de</strong> todas as suas negativas consequências,<br />

instituiu normas <strong>de</strong> <strong>de</strong>mocracia interna e inseriu-as<br />

nos Estatutos do <strong>Partido</strong> então aprovados. Entretanto, a oposição<br />

ao centralismo e um novo <strong>de</strong>svio <strong>de</strong> direita na orientação<br />

política — repondo aspectos da «política <strong>de</strong> transição» que tinha<br />

sido superada — conduziram a um falso <strong>de</strong>mocratismo ulteriormente<br />

criticado <strong>com</strong>o uma «tendência anarco-liberal na<br />

organização do trabalho <strong>de</strong> direcção».<br />

Através <strong>de</strong> todas estas situações, <strong>de</strong>stas duras batalhas, <strong>de</strong>stas<br />

soluções diversas e das suas experiências, foi-se forjando um<br />

núcleo dirigente <strong>de</strong> revolucionários <strong>de</strong>dicados e submetidos às<br />

mais variadas provas, e foi-se progressivamente enraizando na<br />

Direcção Central do <strong>Partido</strong> o hábito do trabalho colectivo e da<br />

responsabilida<strong>de</strong> colectiva nos organismos superiores do <strong>Partido</strong>.<br />

O trabalho <strong>de</strong> elaboração do Programa do <strong>Partido</strong> em 1964-<br />

-1965, os longos <strong>de</strong>bates realizados <strong>com</strong> a participação <strong>de</strong> centenas<br />

<strong>de</strong> militantes e, finalmente, a realização do VI Congresso<br />

em 1965, culminando esse trabalho, constituíram as primeiras<br />

sólidas experiências do trabalho colectivo alargado ao <strong>Partido</strong><br />

e consagraram <strong>de</strong>finitivamente no PCP os métodos <strong>de</strong> direcção<br />

colectiva.<br />

Nos anos <strong>de</strong>corridos até ao <strong>de</strong>rrubamento da ditadura fascista<br />

no 25 <strong>de</strong> Abril, o caminho do trabalho <strong>de</strong> direcção não foi<br />

fácil. Mas a realização <strong>de</strong> sucessivas reuniões plenárias do Comité<br />

Central e os documentos <strong>de</strong>las saídos mantiveram as gran<strong>de</strong>s<br />

linhas <strong>de</strong> orientação e aspectos fundamentais da prática do<br />

trabalho colectivo na Direcção.<br />

Esta experiência revelou-se fundamental para o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

da vida interna após o 25 <strong>de</strong> Abril.<br />

Saído da clan<strong>de</strong>stinida<strong>de</strong>, empenhado na luta revolucionária<br />

pela transformação política e social, o carácter colectivo da<br />

Direcção e o trabalho colectivo do <strong>Partido</strong> encontraram terre-<br />

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