O Partido com Paredes de Vidro - Partido Comunista Português
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Álvaro Cunhal<br />
mento <strong>com</strong>unista internacional, dos partidos <strong>com</strong>unistas e operários<br />
dos outros países. Única excepção foram ligações conjunturais<br />
<strong>com</strong> o <strong>Partido</strong> <strong>Comunista</strong> <strong>de</strong> Espanha e o apoio que o<br />
nosso <strong>Partido</strong> <strong>de</strong>u a <strong>de</strong>stacados quadros do PCE, recebendo-os<br />
nas casas clan<strong>de</strong>stinas, dando-lhes hospitalida<strong>de</strong>, organizando<br />
a sua passagem clan<strong>de</strong>stina para Espanha.<br />
Fora esse caso, o isolamento internacional do PCP nesses<br />
anos foi total.<br />
Os quadros que nessa época tiveram <strong>de</strong> assumir a Direcção<br />
eram muito jovens e <strong>com</strong> limitada experiência. Para o reforço<br />
e <strong>de</strong>senvolvimento do <strong>Partido</strong> foi necessária uma extraordinária<br />
concentração <strong>de</strong> esforços e energias e que muitas centenas<br />
<strong>de</strong> militantes entregassem totalmente à luta as suas vidas. Mas<br />
a experiência provou que, <strong>de</strong>frontando as dificulda<strong>de</strong>s, fazendo<br />
<strong>com</strong> coragem a dura aprendizagem <strong>de</strong> vanguarda da classe<br />
operária, superando <strong>de</strong>bilida<strong>de</strong>s e faltas, o PCP <strong>de</strong>monstrou,<br />
nesses anos <strong>de</strong> isolamento internacional, estar à altura <strong>de</strong> assumir<br />
a soberania da sua orientação e das suas <strong>de</strong>cisões.<br />
Os anos <strong>de</strong> 1939-1948 representaram para o PCP experiências<br />
que <strong>com</strong>portam duas lições fundamentais: uma respeitante<br />
à formação e à força interna do <strong>Partido</strong>, outra respeitante à ligação<br />
do <strong>Partido</strong> <strong>com</strong> a classe operária e <strong>com</strong> as massas populares.<br />
A primeira lição: o <strong>Partido</strong> apren<strong>de</strong>u na vida que a mobilização,<br />
dinamização e correcta aplicação das próprias forças e<br />
a confiança nas próprias potencialida<strong>de</strong>s é condição essencial<br />
do êxito.<br />
A segunda lição: o <strong>Partido</strong> apren<strong>de</strong>u na vida que a raiz<br />
directa e a fonte inesgotável da sua força revolucionária, do seu<br />
i<strong>de</strong>al, da sua inspiração, dos seus quadros, das motivações da<br />
sua orientação e da sua acção, dos seus recursos humanos e<br />
materiais, é a classe operária e o povo português.<br />
Estas duas lições exerceram uma influência profunda em<br />
toda a evolução ulterior do PCP.<br />
Mobilizando e <strong>de</strong>senvolvendo as próprias forças sempre em<br />
estreita ligação <strong>com</strong> a classe operária e as massas, o PCP con-<br />
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