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O Partido com Paredes de Vidro - Partido Comunista Português

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O <strong>Partido</strong> <strong>com</strong> <strong>Pare<strong>de</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Vidro</strong><br />

É o caso da facilitação <strong>de</strong> transporte automóvel, <strong>de</strong> instalações<br />

<strong>de</strong> trabalho, <strong>de</strong> publicações, etc.<br />

Tais facilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>vem entretanto limitar-se estritamente a<br />

necessida<strong>de</strong>s inerentes às tarefas <strong>de</strong>sempenhadas. De nenhuma<br />

forma se admite que o <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong> tarefas mais responsáveis<br />

signifique o direito a vantagens e a privilégios <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m pessoal.<br />

É certo que nem sempre é fácil estabelecer o justo limite<br />

entre as necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> trabalho e a vantagem usufruída. O perigo<br />

existe <strong>de</strong> insensivelmente se franquear esse limite e criar<br />

situações <strong>de</strong> facto que representam a instauração <strong>de</strong> privilégios<br />

dos dirigentes.<br />

Segundo as circunstâncias, isso po<strong>de</strong> dar-se nos mais variados<br />

domínios: em relação aos transportes (se um carro atribuído<br />

para a activida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma organização <strong>de</strong>terminada é<br />

utilizado pelo responsável ou sua família para uso <strong>de</strong> carácter<br />

privado), em relação à alimentação e à bebida (se tais ou tais<br />

responsáveis, por motivo das suas funções, participam <strong>com</strong><br />

<strong>de</strong>masiada frequência em acontecimentos festivos), etc.<br />

Mesmo quando no governo, não é <strong>de</strong>sejável (sobretudo<br />

num país <strong>com</strong>o Portugal em que durante <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> anos gran<strong>de</strong><br />

parte da população terá graves problemas económicos<br />

a resolver) que, numa falsa i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> afirmação do Po<strong>de</strong>r, os<br />

dirigentes <strong>com</strong>unistas se habituem a um nível <strong>de</strong> vida manifestamente<br />

excessivo e, em qualquer caso, in<strong>com</strong>paravelmente<br />

superior ao dos seus camaradas.<br />

As necessida<strong>de</strong>s da disciplina e <strong>de</strong> protocolo não <strong>de</strong>vem<br />

levar à criação <strong>de</strong> hábitos e vícios e muito menos à diferenciação<br />

social <strong>de</strong> um estrato político dirigente.<br />

Tendo em conta que essas situações po<strong>de</strong>m tornar-se ainda<br />

mais incorrectas em partidos que se encontrem no Po<strong>de</strong>r,<br />

na Direcção do nosso <strong>Partido</strong> têm-se discutido certos problemas<br />

em relação ao futuro <strong>de</strong> Portugal socialista.<br />

Somos categoricamente opostos à criação <strong>de</strong> privilégios dos<br />

dirigentes do nosso <strong>Partido</strong>, seja na actual situação seja quando<br />

no futuro o <strong>Partido</strong> esteja no Po<strong>de</strong>r. Isso exige, por um lado,<br />

que as medidas tomadas em relação a eles sejam correctas e<br />

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