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O Partido com Paredes de Vidro - Partido Comunista Português

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O <strong>Partido</strong> <strong>com</strong> <strong>Pare<strong>de</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Vidro</strong><br />

constituiu para o nosso <strong>Partido</strong> uma forte, estimulante e criativa<br />

chamada <strong>de</strong> atenção para a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> uma análise marxista<br />

da realida<strong>de</strong> portuguesa e das condições <strong>de</strong> luta sob a ditadura<br />

fascista.<br />

Do VII Congresso e <strong>de</strong>ssas conversações resultou uma viragem<br />

na linha política do <strong>Partido</strong>. A revolução <strong>de</strong>mocrática<br />

antifascista; a unida<strong>de</strong> da classe operária, <strong>com</strong>preendida não<br />

<strong>com</strong>o a unida<strong>de</strong> do partido <strong>com</strong>unista e socialista (dada a inexistência<br />

do PS que em 1933 <strong>de</strong>cidira a sua autodissolução) mas<br />

<strong>com</strong>o a unida<strong>de</strong> alcançada na luta concreta por interesses imediatos;<br />

a activida<strong>de</strong> nos sindicatos fascistas, substituindo a<br />

tentativa, <strong>de</strong>struída pela repressão, da criação <strong>de</strong> sindicatos clan<strong>de</strong>stinos;<br />

a unida<strong>de</strong> das forças <strong>de</strong>mocráticas na luta contra a<br />

ditadura — passaram a ser direcções fundamentais da linha<br />

política do <strong>Partido</strong> após o VII Congresso.<br />

Foi essa a última vez (em Setembro-Outubro <strong>de</strong> 1935) que<br />

a orientação do PCP foi <strong>de</strong>batida e assente <strong>com</strong> a Internacional.<br />

É <strong>de</strong> sublinhar que na IC foram então inteiramente <strong>com</strong>preendidas<br />

as particularida<strong>de</strong>s da situação portuguesa e as i<strong>de</strong>ias<br />

expressas pelo nosso <strong>Partido</strong>.<br />

Des<strong>de</strong> essa data, portanto nos últimos 50 anos, toda a<br />

orientação e activida<strong>de</strong> do PCP foi invariavelmente, e em todas<br />

as circunstâncias, <strong>de</strong>terminada por <strong>de</strong>cisão própria, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />

e autónoma, dos seus órgãos dirigentes.<br />

O apoio i<strong>de</strong>ológico e político da IC foi da maior importância<br />

para que o PCP adquirisse a sua maiorida<strong>de</strong>, para que se<br />

tornasse um partido da classe operária, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte da influência<br />

burguesa e pequeno-burguesa, e finalmente capaz <strong>de</strong> traçar<br />

<strong>com</strong> in<strong>de</strong>pendência a sua própria linha política e táctica.<br />

O apoio da IC não só permitiu o <strong>de</strong>senvolvimento político<br />

e i<strong>de</strong>ológico do PCP, <strong>de</strong> forma a consolidar a sua in<strong>de</strong>pendência<br />

<strong>de</strong> classe, <strong>com</strong>o preparou o PCP para po<strong>de</strong>r vir a estar em<br />

condições <strong>de</strong> assumir a soberania <strong>com</strong>pleta das suas <strong>de</strong>cisões.<br />

Houve entretanto dois momentos em que as <strong>de</strong>cisões da<br />

IC ou dos seus <strong>de</strong>legados não ajudaram o <strong>Partido</strong>. O primeiro,<br />

em 1924, quando da <strong>de</strong>cisão a favor <strong>de</strong> Carlos Rates, já atrás<br />

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