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O Partido com Paredes de Vidro - Partido Comunista Português

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O <strong>Partido</strong> <strong>com</strong> <strong>Pare<strong>de</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Vidro</strong><br />

aparelho «fiel» e «<strong>de</strong>votado», não tanto ao partido mas ao<br />

dirigente em questão.<br />

Em geral, quando se fala do culto da personalida<strong>de</strong>, tem-<br />

-se em vista aquele que <strong>de</strong>sempenha o cargo consi<strong>de</strong>rado o mais<br />

elevado na hierarquia partidária. Mas o culto da personalida<strong>de</strong>,<br />

embora <strong>com</strong> aspectos diferenciados e <strong>de</strong> âmbito diverso, po<strong>de</strong><br />

verificar-se em todos os escalões e em todos os níveis.<br />

O culto da personalida<strong>de</strong> po<strong>de</strong> resultar <strong>de</strong> processo espontâneo<br />

<strong>de</strong>senvolvido a partir do apreço pelas qualida<strong>de</strong>s reais e<br />

pelo real papel <strong>de</strong>terminante <strong>de</strong> um dirigente; ou po<strong>de</strong> resultar<br />

<strong>de</strong> um processo criado artificialmente pela excessiva valorização<br />

individual do dirigente, não porque a sua contribuição seja<br />

<strong>de</strong> facto excepcional mas pela importância do cargo que <strong>de</strong>sempenha.<br />

Se, no primeiro caso, as consequências são sempre negativas,<br />

no segundo po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>sastrosas.<br />

De qualquer forma, um partido ou uma organização on<strong>de</strong><br />

se instala o culto da personalida<strong>de</strong> sofre as consequências: no<br />

presente e no futuro.<br />

No nosso <strong>Partido</strong> observa-se uma geral atitu<strong>de</strong> crítica em<br />

relação aos fenómenos do culto da personalida<strong>de</strong>. Os métodos<br />

<strong>de</strong> trabalho, a prática do trabalho colectivo e da responsabilização<br />

colectiva, a valorização da contribuição <strong>de</strong> todos e <strong>de</strong> cada<br />

um, constituem condições frontalmente <strong>de</strong>sfavoráveis ao culto<br />

da personalida<strong>de</strong>.<br />

Entretanto não se <strong>de</strong>ve per<strong>de</strong>r <strong>de</strong> vista que o culto da personalida<strong>de</strong><br />

não é uma situação <strong>de</strong>cidida por <strong>de</strong>creto mas um<br />

processo que se <strong>de</strong>senvolve e instala. É extraordinariamente<br />

mais fácil impedir que se instale o culto da personalida<strong>de</strong> do<br />

que <strong>com</strong>batê-lo uma vez instalado.<br />

Esta verda<strong>de</strong> aconselha a impedir que se <strong>de</strong>senvolvam e<br />

criem raízes, concepções, i<strong>de</strong>ias, métodos e práticas (todas já<br />

por si negativas) que abrem caminho ao culto da personalida<strong>de</strong>.<br />

E que se reforcem concepções, i<strong>de</strong>ias, métodos e práticas<br />

que não só garantam o trabalho colectivo no presente <strong>com</strong>o o<br />

garantam para o futuro.<br />

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