O Partido com Paredes de Vidro - Partido Comunista Português
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Álvaro Cunhal<br />
O tratamento das questões <strong>de</strong> quadros <strong>de</strong>ve ser conduzido,<br />
não utilizando, <strong>com</strong>o por vezes suce<strong>de</strong>, «um tom violento, inquisitorial<br />
e <strong>de</strong>struidor, punindo e flagelando o organismo ou<br />
camarada» (p. 167), mas <strong>com</strong> serenida<strong>de</strong> e objectivida<strong>de</strong>.<br />
Exige não esquecer que não há militantes que não errem e<br />
que é um erro «amarrar um quadro» ao erro que <strong>com</strong>eteu<br />
(p. 169).<br />
Não esquecer também que, na sua história, a Direcção do<br />
partido <strong>com</strong>eteu erros gravíssimos em relação a questões <strong>de</strong> quadros,<br />
erros sobre os quais o ensaio aponta alguns casos, lembrando-os<br />
para que tais erros se não repitam (p. 171).<br />
A preparação dos quadros inclui o estudo e assimilação dos<br />
princípios fundamentais do marxismo-leninismo, o estudo da<br />
orientação do partido e das lições da prática, o <strong>de</strong>senvolvimento<br />
da cultura geral e o estímulo à reflexão e à liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> opinião.<br />
A selecção e promoção dos quadros <strong>de</strong>ve basear-se no seu<br />
conhecimento e preparação, consi<strong>de</strong>rados em função das tarefas<br />
a cumprir e em caso algum por simpatia, por laços <strong>de</strong> amiza<strong>de</strong>,<br />
ou por seguidismo em relação aos dirigentes a quem caiba <strong>de</strong>cidir<br />
da promoção.<br />
É importante, na formação, preparação e promoção dos quadros,<br />
a <strong>com</strong>preensão <strong>de</strong> que os <strong>com</strong>unistas têm uma moral <strong>de</strong> classe,<br />
cujos valores se <strong>de</strong>vem expressar na própria actuação e conduta.<br />
As condições <strong>de</strong> trabalho, <strong>de</strong> vida e <strong>de</strong> luta da classe operária e<br />
<strong>de</strong> todos os trabalhadores e a prática revolucionária do partido<br />
geram e exigem o amor pelo povo, coesão, solidarieda<strong>de</strong>, ajuda<br />
recíproca, abnegação, generosida<strong>de</strong> e outros importantes «elementos<br />
éticos» (pp. 195-196).<br />
Ao contrário, a exploração e a opressão do capitalismo traduzem-se,<br />
na moral da burguesia dominante, pelo egoísmo, o individualismo<br />
feroz, a rapacida<strong>de</strong>, o <strong>de</strong>sprezo pelos outros, o<br />
predomínio das ambições pessoais, o abuso do po<strong>de</strong>r, o arbítrio <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>cisão, a hipocrisia, a frau<strong>de</strong> e a corrupção.<br />
Nunca esquecer que «a moral dos <strong>com</strong>unistas é parte integrante<br />
da força revolucionária do partido» (p. 198). A influência<br />
da moral da burguesia dominante nas fileiras <strong>com</strong>unistas repre-<br />
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