O Partido com Paredes de Vidro - Partido Comunista Português
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O <strong>Partido</strong> <strong>com</strong> <strong>Pare<strong>de</strong>s</strong> <strong>de</strong> <strong>Vidro</strong><br />
vada no III Congresso realizado em 1943. Esta crise foi superada<br />
através <strong>de</strong> <strong>de</strong>bates internos que culminaram <strong>com</strong> a realização<br />
do IV Congresso em 1946. Os militantes mais <strong>de</strong>stacados,<br />
que haviam <strong>de</strong>fendido a «política <strong>de</strong> transição», foram propostos<br />
e eleitos para o Comité Central e fizeram ulteriormente autocríticas<br />
(publicadas na imprensa do <strong>Partido</strong>) às suas anteriores<br />
posições.<br />
A quarta (nos anos 1956-1961), resultante <strong>de</strong> um <strong>de</strong>svio <strong>de</strong><br />
direita (a «solução pacífica do problema político português») e<br />
<strong>de</strong> uma tendência anarco-liberal no trabalho <strong>de</strong> direcção, traduziu-se<br />
num profundo <strong>de</strong>bate no <strong>Partido</strong>, que veio a culminar<br />
<strong>com</strong> a rectificação do <strong>de</strong>svio <strong>de</strong> direita em 1961 e <strong>com</strong> o ulterior<br />
<strong>de</strong>senvolvimento da linha revolucionária do <strong>Partido</strong> no VI Congresso<br />
e na aprovação do Programa do <strong>Partido</strong>. Esta crise foi<br />
superada pelo esforço colectivo dos quadros responsáveis que<br />
<strong>de</strong>fendiam posições diferentes.<br />
A quinta (1963-1964) caracterizou-se pelo abandono do <strong>Partido</strong><br />
por alguns membros, a fim <strong>de</strong> formarem grupos maoístas.<br />
Destes acontecimentos e situações, dos aspectos positivos<br />
e negativos que revelaram e <strong>com</strong>portaram, resultaram lições <strong>de</strong><br />
gran<strong>de</strong> importância relativamente à unida<strong>de</strong> do <strong>Partido</strong>.<br />
Entre as lições <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiências, erros e critérios errados<br />
<strong>de</strong>vem sublinhar-se: não apressar juízos con<strong>de</strong>natórios nem<br />
medidas disciplinares sem fundamentos sólidos e exame isento<br />
e <strong>de</strong>sapaixonado; não admitir que diferenças <strong>de</strong> opinião e<br />
divergências se transformem em questões <strong>de</strong> quadros e em<br />
conflitos pessoais; não aceitar métodos <strong>de</strong> direcção e <strong>de</strong>cisão<br />
individuais e autoritários, sobretudo nas questões controvertidas<br />
e na apreciação dos quadros; impedir a personalização das<br />
i<strong>de</strong>ias; não caracterizar e classificar globalmente um quadro por<br />
motivo <strong>de</strong> opiniões consi<strong>de</strong>radas incorrectas; não consi<strong>de</strong>rar<br />
nem «vencedores» nem «vencidos» <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> um <strong>de</strong>bate que<br />
termina por uma <strong>de</strong>cisão colectiva; não adoptar <strong>com</strong>o critério<br />
(salvo situações excepcionais) uma «homogeneização» dos organismos,<br />
ou seja, fazer sair os discordantes e fazer entrar outros<br />
<strong>com</strong> opiniões idênticas às finalmente aprovadas.<br />
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