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O Partido com Paredes de Vidro - Partido Comunista Português

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Álvaro Cunhal<br />

Uma prevenção é da máxima importância: não se <strong>de</strong>vem<br />

transformar em «questões <strong>de</strong> quadros» quaisquer posições políticas,<br />

actuações e procedimentos consi<strong>de</strong>rados erróneos ou<br />

criticáveis. Tais posições, actuações e procedimentos não são<br />

obrigatoriamente questões <strong>de</strong> quadros. Po<strong>de</strong>m dar lugar a uma<br />

crítica, sem que se transformem em «questões <strong>de</strong> quadros».<br />

Tornam-se «questões <strong>de</strong> quadros» quando atingem significativa<br />

gravida<strong>de</strong> ou se repetem <strong>com</strong> frequência que põe em causa<br />

a responsabilida<strong>de</strong> do militante ou mesmo eventualmente a sua<br />

qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> membro do <strong>Partido</strong>.<br />

O tratamento das questões <strong>de</strong> quadros é uma tarefa <strong>com</strong>plexa,<br />

que exige elevada consciência partidária, experiência humana,<br />

firmeza <strong>de</strong> princípios e até capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> observação psicológica.<br />

Tão <strong>com</strong>plexa que, no trabalho corrente, é talvez a tarefa<br />

em que é mais clara a orientação justa e são mais frequentes e<br />

repetidas as <strong>de</strong>ficiências e as incorrectas actuações e <strong>de</strong>cisões.<br />

No tratamento das questões <strong>de</strong> quadros são indispensáveis<br />

seis critérios fundamentais e é igualmente indispensável<br />

um constante esforço para que sejam respeitados e seguidos.<br />

O critério da verda<strong>de</strong> — verificando <strong>com</strong> rigor as informações,<br />

ouvindo os próprios, ouvindo outros, nunca tomando à<br />

partida <strong>com</strong>o verda<strong>de</strong>s incontroversas as informações e opiniões<br />

dos organismos superiores ou <strong>de</strong> quem quer que seja.<br />

O critério da objectivida<strong>de</strong> — dando valor reduzido a impressões<br />

e suposições e repelindo i<strong>de</strong>ias feitas e o subjectivismo<br />

na apreciação.<br />

O critério da serenida<strong>de</strong> — não fazendo juízos sumários,<br />

examinando calma e fraternalmente os problemas, não precipitando<br />

opiniões nem <strong>de</strong>cisões sem uma base sólida.<br />

O critério do respeito — não envergonhando, nem vexando,<br />

nem ofen<strong>de</strong>ndo o quadro, e evitando expô-lo à con<strong>de</strong>nação<br />

geral dos outros.<br />

O critério da celerida<strong>de</strong> — não <strong>de</strong>ixando nem <strong>de</strong>teriorar<br />

as situações nem arrastar o exame e as <strong>de</strong>cisões e, em qualquer<br />

caso, ter por norma que «questão <strong>de</strong> quadros» encetada <strong>de</strong>ve<br />

ser necessariamente acabada.<br />

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