Weekend 1195 : Plano 56 : 1 : P.gina 1 - Económico
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36 <strong>Económico</strong> — <strong>Weekend</strong> Sábado 5 Dezembro 2009<br />
EMPRESAS<br />
Nissan investe 250<br />
milhões em fábrica<br />
de baterias em Aveiro<br />
O grupo franco-japonês escolheu a cidade para a fábrica de<br />
baterias para carros eléctricos que vai criar 200 empregos.<br />
Ana Maria Gonçalves<br />
ana.goncalves@economico.pt<br />
A Renault-Nissan já decidiu.<br />
Aveiro será a região onde ficará<br />
instalada a futura fábrica de baterias<br />
para carros eléctricos, um investimento<br />
de 250 milhões de eurosqueéumdospilaresestratégicos<br />
do projecto-piloto que visa à<br />
criação de uma rede de abastecimento<br />
para este tipo de veículos.<br />
A escolha será tornada pública<br />
na próxima terça-feira, numa cerimónia,<br />
com pompa e circunstância,<br />
a realizar em Lisboa e que<br />
conta com a presença do próprio<br />
Carlos Ghosn, presidente da<br />
construtora automóvel franconipónica,<br />
e do chefe do Executivo,<br />
José Sócrates.<br />
Portugal foi, a par do Reino<br />
Unido, um dos dois pólos mundiais<br />
seleccionados pela Reunault-Nissan<br />
para a instalação de<br />
unidades de baterias de iões de lítio<br />
– uma tecnologia de ponta –<br />
destinadas ao abastecimento dos<br />
futuros carros eléctricos. A nova<br />
fábrica da Renault-Nissan deverá<br />
criar 200 postos de trabalho, estando<br />
o seu arranque previsto<br />
para 2012. A capacidade estimada<br />
deste complexo industrial é de 60<br />
mil unidades anuais.<br />
AopçãoporAveiro,emdetrimento<br />
de Sines, ficou a dever-se à<br />
proximidade de outra fábrica do<br />
grupo Renault-Nissan e às sinergias<br />
daí decorrentes, além da rede<br />
de acessos rodo-ferroviários.<br />
A Companhia Aveirense de<br />
Componentes para a Indústria<br />
Automóvel (CACIA), com quase<br />
três décadas de existência, fornece<br />
exclusivamente fábricas no estrangeiro<br />
da aliança Renault-Nissaneéactualmenteasegunda<br />
maior unidade industrial do sector<br />
automóvel em território nacional,<br />
com um volume de negócios<br />
de 260 milhões e 1.100 trabalhadores.<br />
A Renault estava, no final<br />
do ano passado a negociar<br />
com a AICEP um pacote de incentivos<br />
para um investimento de<br />
cerca de 13 milhões de euros em<br />
CACIA, onde já produz componentes<br />
para caixas de velocidade e<br />
partes de bombas de óleo.<br />
Projecto âncora<br />
Apontado como um investimento<br />
âncora, a nova fábrica de<br />
baterias promete ser um pólo de<br />
atracção para outros projectos<br />
nesta área de negócios.<br />
Carlos Ghosn<br />
CEO da aliança<br />
Renault Nissan<br />
A Renault Nissan estava<br />
dividida entre Sines e Aveiro<br />
para a instalação da fábrica de<br />
baterias para carros eléctricos,<br />
mas a cidade do Vouga acabou<br />
por levar a melhor.<br />
PALAVRA-CHAVE<br />
✽<br />
Leaf<br />
É o nome da primeira viatura<br />
eléctrica que será comercializada<br />
pela Nissan, a partir de 2010.<br />
Totalmente neutro para o<br />
ambiente, não tem escape, nem<br />
nenhum mecanismo que queime<br />
gasolina, apenas baterias de iões<br />
de lítio. Promete uma autonomia<br />
de 160 quilómetros, sem<br />
necessitar de carregamento.<br />
Em Junho passado, foi lançada<br />
aredenacionaldecarregamento<br />
para veículos eléctricos (Mobi-E),<br />
que prevê 320 locais de abastecimento<br />
de carros eléctricos em<br />
2010 e 1300, dentro de dois anos.<br />
O projecto arranca com 21 cidades<br />
e algumas das organizações<br />
e empresas de referência<br />
nacional, como a Inteli, Centro<br />
para a Excelência e Inovação da<br />
Indústria Automóvel, EDP Inovação,<br />
Efacec, Novabase, Critical<br />
Software.<br />
A intenção da Renault-Nissan<br />
é criar dentro do país um mercado<br />
de carros movidos a electricidade<br />
que servirá de rampa de lançamento<br />
para o resto do mundo.<br />
Mas muito está ainda por fazer.<br />
O Governo só esta semana<br />
deu mais um passo decisivo para<br />
agilizar este projecto. Deu luz<br />
verde à regulamentação, acesso<br />
e exercício das actividades relativas<br />
à mobilidade eléctrica, estabelecendo,<br />
igualmente, as regras<br />
destinadas à criação de uma<br />
rede piloto para a mobilidade<br />
eléctrica, tendo em vista a introdução<br />
e massificação deste<br />
tipo de carros.<br />
O diploma posiciona Portugal<br />
como pioneiro na adopção de<br />
novos modelos para a mobilidade,<br />
sustentáveis do ponto de vista<br />
ambiental, que optimizem a<br />
utilização racional de energia<br />
eléctrica e que aproveitem as<br />
vantagens da energia produzida<br />
a partir de fontes renováveis.<br />
Esta rede vai permitir a qualquer<br />
cidadão ou empresa utilizar<br />
o seu veículo eléctrico e carregá-lo<br />
em qualquer ponto da<br />
rede de carregamento no País,<br />
utilizando um cartão de carregamento,<br />
que incluirá soluções<br />
de pré-pagamento.<br />
O novo Decreto-Lei cria,<br />
ainda, um subsídio de cinco mil<br />
euros à aquisição, por particulares,<br />
de veículos automóveis<br />
eléctricos, o qual poderá atingir<br />
os 6.500 euros no caso de haver<br />
simultaneamente abate de veículo<br />
automóvel de combustão<br />
interna, sujeito às condições actualmente<br />
vigentes em matéria<br />
de abate de veículos.<br />
O Governo prevê, também,<br />
adoptar outras medidas nesta<br />
área, como a fixação de majoração<br />
de custo em sede de IRC, em<br />
aquisições de frotas de veículos<br />
eléctricos pelas empresas, em<br />
termos a definir. ■<br />
A estratégia<br />
da Renault-Nissan<br />
passa pela aposta nos<br />
veículos eléctricos.<br />
TRÊS PERGUNTAS A...<br />
FERREIRA NUNES<br />
Presidente da ANECRA<br />
“Ainda há muitos<br />
obstáculos<br />
aultrapassar”<br />
O desafio está lançado. E a ANE-<br />
CRA - Associação Nacional das<br />
Empresas de Comércio e Reparação<br />
Automóvel, que representa<br />
as oficinas e stands, através<br />
do seu presidente, Ferreira Nunes,<br />
garante ao <strong>Económico</strong> que<br />
o sector está preparado para<br />
responder ao novo projecto do<br />
carro eléctrico.<br />
Como é que a ANECRA<br />
encaraoprojectodocarro<br />
eléctrico?<br />
Está a manifestar-se como uma<br />
corrida entre construtores<br />
automóveis, em termos de<br />
investimento e