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Weekend 1195 : Plano 56 : 1 : P.gina 1 - Económico

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Bancos de Wall Street<br />

abremguerraàsfestasdeNatal<br />

PUB<br />

Sábado 5 Dezembro 2009 <strong>Weekend</strong> — <strong>Económico</strong> 49<br />

Goldman Sachs proíbe funcionários de se juntarem em grupos de 12 ou mais fora do local de trabalho.<br />

Tiago Figueiredo Silva<br />

tiago.silva@economico.pt<br />

Quem não gosta de um bom<br />

jantar de Natal pago pela empresa?<br />

Comida e bebida à borla,<br />

festa até às tantas da madrugadaeafortepossibilidadedever<br />

o chefe a fazer figuras tristes<br />

depois de uns copos a mais, são<br />

algunsdos“aperitivos”para<br />

estar presente no evento anual.<br />

Contudo, este ano a história<br />

será diferente em Wall Street.<br />

Confrontados com uma opinião<br />

pública cada vez mais crítica<br />

sobre os bónus pagos e as ajudas<br />

estatais concedidas, os “gigantes”<br />

da banca norte-americana<br />

decidiram manter este<br />

ano as garrafas de champanhe<br />

no congelador e cancelar as<br />

festas de Natal.<br />

OMorganStanleyfoioprimeiro<br />

a dar o exemplo. A instituição<br />

financeira anunciou que<br />

este ano não vai patrocinar<br />

qualquer festa natalícia para os<br />

empregados, pretendendo doar<br />

o dinheiro do jantar a uma ins-<br />

tituição de caridade. Bank of<br />

America e Citigroup, que se encontram<br />

ainda num estado de<br />

saúde considerado ‘crítico’, seguiram<br />

o mesmo exemplo. Ambos<br />

já avisaram que não têm<br />

qualquer intenção de juntar os<br />

respectivos “staff” num evento<br />

natalício. Apesar das más notícias<br />

e uma vez que estamos<br />

numa época de solidariedade, o<br />

Bank of America parece não ter<br />

perdidooespíritonatalícioe<br />

encorajou os seus trabalhadores<br />

a juntar dinheiro para ser doado<br />

a uma instituição de caridade<br />

local. Já os funcionários do Citigroup<br />

podem celebrar o nascimento<br />

de Jesus fora do local de<br />

trabalho. No entanto, o banco<br />

deixou um aviso: o dinheiro<br />

gasto com a festa não será<br />

reembolsado pela empresa.<br />

“Esta nãoéamelhoralturapara<br />

o sector andar a dar nas vistas.<br />

O ideal é manter um ‘low-profile’”,<br />

afirmou um analista citado<br />

pela CNN Money.<br />

O Goldman Sachs não quis ficar<br />

fora da tendência e, pelo se-<br />

Opresidentedo<br />

Goldman Sachs,<br />

Lloyd Blankfein,<br />

proibiu os<br />

funcionários de se<br />

juntarem, durante o<br />

mês de Dezembro,<br />

em grupos de 12 ou<br />

mais fora do<br />

trabalho.<br />

gundo ano consecutivo, cancelou<br />

a sua festa de Natal. No entanto,<br />

os funcionários do banco<br />

não quiseram deixar passar a<br />

época sem um mínimo de celebração<br />

e começaram a organizar<br />

pequenos jantares privados de<br />

Natal. Totalmente preocupado<br />

com o estado da economia e<br />

comaelevadataxadedesemprego,<br />

o presidente do Goldman<br />

Sachs, Lloyd Blankfein, decidiu<br />

enviar uma mensagem por voicemail<br />

a cada um dos trabalhadores.<br />

Apesar de simples, a<br />

mensagem é insólita: proibir as<br />

festas privadas, mesmo que não<br />

seja a firma a pagá-las. Assim,<br />

durante o mês de Dezembro, os<br />

funcionários estão proibidos de<br />

se juntarem em grupos de doze<br />

ou mais fora do local de trabalho.<br />

Não será por isso de estranhar<br />

ver onze banqueiros juntos<br />

num qualquer bar ou restaurante<br />

em Wall Street.<br />

Os tempos parecem ter mudado<br />

em definitivo. Na época<br />

das “vacas gordas” muitos milhares<br />

de milhões de dólares fo-<br />

ram gastos pela banca com festasejantaresdeNatalnosmelhores<br />

restaurantes e discotecas.<br />

Há dois anos atrás, a instituição<br />

financeira britânica Barclays,<br />

que ficou conhecido por ter<br />

comprado no ano passado algumas<br />

das unidades do falido<br />

Lehman Brothers, desembolsou<br />

aproximadamente 1,2 milhões<br />

de dólares (cerca de 800 mil euros)<br />

com uma festa de Natal para<br />

mais de 3.000 pessoas.<br />

Depois do colapso da Lehman<br />

Brothers, o Natal deixou de ser<br />

um motivo de festa para o sector<br />

financeiro. Quase todas as firmas<br />

de Wall Street decidiram<br />

cancelar os seus planos para a<br />

época, não só como uma forma<br />

de conter custos face à crise<br />

como para afastar as atenções<br />

da opinião pública. Ainda assim,<br />

nem todos seguem o mesmo<br />

caminho. De acordo com<br />

rumores de mercado, o JP<br />

Morgan está a preparar a sua<br />

festa de Natal deste ano nos antigos<br />

escritórios do rival Bear<br />

Stearns. ■

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