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Weekend 1195 : Plano 56 : 1 : P.gina 1 - Económico

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O que afecta o Orçamento do Estado para 2010<br />

Subsídio<br />

de desemprego<br />

A medida foi anunciada logo no<br />

programa do Governo: o<br />

período de contribuições<br />

necessário para ter direito ao<br />

subsídio de desemprego será<br />

mais curto, facilitando o acesso.<br />

Custa30milhõesdeeurosao<br />

Orçamento de 2010.<br />

30 milhões de euros<br />

Perda de receita em 2010.<br />

Qualificação-Emprego<br />

O Governo aprovou a extensão<br />

do Programa Qualificação-<br />

Emprego aos sectores têxtil e<br />

vestuário, turismo e fabrico de<br />

mobiliário. Vai custar 50<br />

milhões de euros.<br />

Código Contributivo<br />

A oposição decidiu suspender a<br />

aplicação do Código<br />

Contributivo, que deveria entrar<br />

em vigor já em 2010. Esta era<br />

uma reivindicação antiga do<br />

patronato e os partidos da<br />

oposição reclamavam mais<br />

tempo para discutir o diploma.<br />

O Estado deixa de arrecadar 80<br />

milhões de euros.<br />

80 milhões de euros<br />

Receita a menos pela<br />

suspensão no Código<br />

Contributivo.<br />

Juros de mora<br />

O Estado terá de contar com<br />

mais um encargo: de cada vez<br />

que os pagamentos aos<br />

fornecedores ficarem em atraso<br />

o Estado terá de pagar juros de<br />

mora. Foi aplicado o princípio da<br />

reciprocidade.<br />

GOVERNO<br />

OPOSIÇÃO<br />

Pequeno comércio<br />

O programa de modernização do<br />

pequeno comércio será reforçado<br />

com uma dotação adicional<br />

de 20 milhões de euros, como<br />

forma de compensar o aumento<br />

do salário mínimo.<br />

Contribuições sociais<br />

Como compensação, em 2010 a<br />

contribuição das empresas para<br />

a segurança social referente aos<br />

trabalhadores que em 2009<br />

recebiam a retribuição mínima<br />

será um ponto percentual mais<br />

baixa. A medida custa 24<br />

milhões de euros.<br />

24 milhões de euros<br />

Custo da redução temporária<br />

das contribuições.<br />

IVA a 30 dias<br />

Na mesma manhã, os partidos<br />

da oposição decidiram ainda<br />

que o reembolso do IVA às<br />

empresas deverá ser feito em<br />

30 dias. Uma vez mais,<br />

corresponde sobretudo a um<br />

adiantamento de despesa.<br />

FimdoPEC<br />

A oposição também aprovou o<br />

fim do pagamento especial por<br />

conta, um instrumento criado<br />

para combater a fraude e evasão<br />

fiscal. Na teoria, este é apenas<br />

um adiamento da entrada de receita:<br />

ou seja, em vez de serem<br />

pagos à cabeça, os impostos são<br />

liquidados mais tarde.<br />

300 milhões de euros<br />

Impacto do fim do PEC,<br />

segundo o Governo.<br />

TRÊS PERGUNTAS A...<br />

FRANCISCO ASSIS<br />

Líder Parlamentar do PS<br />

“Neste momento<br />

há que sacrificar<br />

um pouco o défice”<br />

O líder da bancada socialista<br />

defende as medidas excepcionais<br />

queoGovernoestáatomare<br />

considera que o rigor orçamental<br />

deve ser sacrificado em nome do<br />

crescimento da economia.<br />

Estas medidas vão onerar<br />

a despesa do Estado. É<br />

aconselhável, nesta altura?<br />

O impacto orçamental dessas<br />

medidas foi devidamente<br />

estudado pelo Governo e não se<br />

afasta da preocupação com o<br />

défice. Mas temos que atender a<br />

uma situação excepcional do país.<br />

O aumento do salário mínimo<br />

significa que não queremos<br />

basear a nossa competitividade<br />

nos baixos salários e em mão de<br />

obra pouco qualificada, mas sim<br />

na inovação, no bom ambiente<br />

nas empresas, a níveis que nos<br />

TRÊS PERGUNTAS A...<br />

MIGUEL FRASQUILHO<br />

Vice-presidente da bancada do PSD<br />

“Prioridade do<br />

Governo em 2010<br />

deve ser a economia”<br />

O deputado do PSD Miguel<br />

Frasquilho olha com desconfiança<br />

para as medidas apresentadas pelo<br />

Governo e acusa-as de serem<br />

pouco eficazes. Para o economista,<br />

a aposta tem que ser no<br />

crescimento da economia e, em<br />

2010, o défice ainda não deve ser<br />

prioridade.<br />

O Governo criticou as medidas<br />

que a oposição aprovou e<br />

diminui as receitas. As<br />

apresentadas pelo Governo não<br />

têm a mesma consequência?<br />

Parece-me evidente e também que<br />

são menos eficazes do que as da<br />

oposição da semana passada. A<br />

descidadataxasocialúnicaem1<br />

ponto percentual para empresas<br />

que empregam trabalhadores com<br />

salário mínimo é de 4,75 euros.<br />

Sábado 5 Dezembro 2009 <strong>Weekend</strong> — <strong>Económico</strong> 9<br />

aproximem verdadeiramente da<br />

Europa. As medidas de apoio às<br />

empresas justificam-se, tendo em<br />

consideração, que em<br />

determinados sectores<br />

particularmente expostos à<br />

concorrência internacional, há<br />

necessidade de prestar esse<br />

apoio. São medidas sérias, que<br />

não nos afastam da preocupação<br />

com o rigor orçamental e podem<br />

impulsionar a actividade<br />

económica.<br />

E o défice não deve ser ainda<br />

a prioridade?<br />

Não podemos permitir que o<br />

défice atinja valores<br />

incomportáveis. Mas neste<br />

momento há que sacrificar um<br />

pouco o défice à preocupação de<br />

relançar a actividade económica<br />

dopaís.EoGovernotemfeitoisto<br />

de forma doseada. O risco é se a<br />

Assembleia da República quiser<br />

conduzir a política orçamental de<br />

formaerráticaeincoerente,<br />

aprovando iniciativas diversas de<br />

partidos com visões<br />

contraditórias da economia.<br />

As medidas tomadas pela<br />

oposição e que diminuem as<br />

receitas vêm condicionar os<br />

apoios que o Governo pode<br />

dar?<br />

O impacto orçamental significa<br />

que pode de facto condicionar.<br />

Mas tudo deve ser discutido no<br />

momento certo, que éadiscussão<br />

do Orçamento do Estado. ■ M.G.<br />

Não houve referência ao défice.<br />

Nãodeveseruma<br />

preocupação?<br />

Nem sequer se percebe com o<br />

que é que o Governo está<br />

preocupado. Acho que devia<br />

haver uma preocupação com o<br />

défice, mas não no sentido que o<br />

Governo quer fazer crer. Devia<br />

estar preocupado porque a<br />

despesa corrente não cumpre o<br />

objectivo do PRACE [reforma da<br />

Administração Pública]. Mas a<br />

prioridade do Governo, tanto<br />

este ano como em 2010, deve ser<br />

a economia. Isto aplica-se do<br />

lado da receita e do lado da<br />

despesadeinvestimento.No<br />

entanto, não se deve aplicar às<br />

despesas de funcionamento. Aí,<br />

os objectivos do PRACE falharam<br />

todos em termos financeiros.<br />

Estas medidas, não só da<br />

oposição como do Governo, são<br />

sempre apresentadas como<br />

excepcionais e de curto-prazo,<br />

mas não teremos que vir a<br />

pagá-las no longo prazo?<br />

Se não colocarmos a economia a<br />

crescer, no longo prazo o futuro<br />

do país não será brilhante. Deste<br />

ponto de vista, iremos todos pagar<br />

muito caro quaisquer medidas<br />

que sejam tomadas. A prioridade<br />

tem que ser o crescimento<br />

económico, mas ninguém parece<br />

perceber isso. Continuamos todosalegresecontentesaassobiar<br />

para o lado. ■ M.G.

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