Weekend 1195 : Plano 56 : 1 : P.gina 1 - Económico
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ças quase todas e resta apenas uma carcaça,<br />
com um monte de serradura por<br />
baixo para absorver o óleo que cai do motor.<br />
Alguns componentes do avião, como<br />
os ‘speed breakers’ou processadores de<br />
radares, são colocados em prateleiras.<br />
Depois, o F16 passará por diversas áreas<br />
dentro do hangar até ser montado outra<br />
vez. “Durante a fase de montagem os<br />
técnicos terão de interpretar 40 mil desenhos”,<br />
explica Saul Pascoal, o responsável<br />
da empresa pelo relacionamento<br />
com o governo.<br />
Mais tarde, o avião viaja de camião até à<br />
base de Monte Real para as asas serem<br />
postas. Depois, o F16 volta novamente a<br />
Alverca para ser pintado e está pronto para<br />
voar. “Aqui não pode falhar nada. O tempo<br />
de reacção é muito mais curto do que<br />
num avião comercial. Claro que o piloto<br />
tem a vantagem de se poder ejectar”, explica<br />
Saul Pascoal.<br />
A OGMA está ainda encarregue da ma-<br />
“Durante a fase<br />
de montagem<br />
de um F-16<br />
os técnicos terão<br />
de interpretar<br />
40 mil desenhos”,<br />
explica Saul Pascoal,<br />
o responsável<br />
da OGMA pelo<br />
relacionamento<br />
com o governo<br />
Nas oficinas<br />
da OGMA todas<br />
as peças podem<br />
ser tiradas.<br />
Na foto<br />
à esquerda,<br />
um mecânico<br />
espreita<br />
ointeriordeum<br />
motor de avião.<br />
Ao centro, um<br />
avião executivo<br />
eumC-130<br />
da Força Aérea<br />
da França<br />
em trabalhos<br />
de manutenção.<br />
Na foto à direita,<br />
a carcaça de um<br />
F-16 com<br />
as peças<br />
arrumadas<br />
em prateleiras<br />
nutenção de uma frota de aviões C130,<br />
vindos, entre outros países, de França,<br />
Tunísia, Chade, Líbia e República Centro<br />
Africana. Alguns deles, sobretudo os<br />
africanos, podem estar em mau estado e a<br />
viagem até Lisboa é arriscada. Nesse<br />
caso, a única solução é enviar uma equipa<br />
de mecânicos portugueses até África.<br />
“Os aviões não caem por acaso. Tal como<br />
um professor me ensinou, na aviação já<br />
não se inventa nada, está tudo escrito”,<br />
alerta um mecânico.<br />
António Ribeiro, chefe da equipa de<br />
manutenção de helicópteros já teve ir ao<br />
Sudão. No entanto, ainda antes de pegar<br />
nas ferramentas assistiu a uma aula em<br />
Cartum, a capital deste país . “Ensinara-<br />
-me o que devia fazer no caso de ser raptado.<br />
Basicamente não devia fazer nada,<br />
era ficar quieto”, conta.<br />
António Ribeiro garante que voar de<br />
helicóptero é mais seguro do que ir até ao<br />
Sudão ou mesmo viajar de avião comer-<br />
Outlook | Sábado, 5.12.2009 | 13<br />
cial. “Porque se o motor falhar pode entrar<br />
no modo de auto-rotação”, explica o<br />
supervisor, que tem a seu cargo cinco helicópteros<br />
Puma do exército francês.<br />
“Uma manutenção profunda demora dois<br />
meses porque o sistema de rotores é mais<br />
complexo. Chamar hélices aos rotores é a<br />
mesma coisa que dizer que um campista<br />
dorme numa barraca”, compara.<br />
Além da manutenção, nas oficinas da<br />
OGMA, em Alverca, também se fabrica o<br />
avião EH-101, um monomotor de nove<br />
lugares.Atéaomomento,jáseproduziram<br />
980 unidades. As encomendas são<br />
feitas por uma empresa suíça, que os<br />
transporta partir de Alverca num camião<br />
TIR. Na Ogma, o trabalho nunca acaba.<br />
Num dos hangares da empresa está uma<br />
placa amarela que diz. “Lembre-se: o<br />
próximo inspector é o cliente.” Esta é<br />
uma profissão que exige muita perfeição.<br />
Uma peça mal postaeasegurançadovoo<br />
pode estar em risco.