Weekend 1195 : Plano 56 : 1 : P.gina 1 - Económico
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48 <strong>Económico</strong> — <strong>Weekend</strong> Sábado 5 Dezembro 2009<br />
FINANÇAS<br />
Depois de um ano de espera e de tantos protestos,<br />
os clientes do BPP poderão estar perto de conhecer<br />
a solução para os seus problemas.<br />
Finanças prometem solução<br />
para o BPP no dia 11 de Dezembro<br />
O anúncio público de uma solução final para o BPP não contempla o plano de viabilização do banco.<br />
Maria Teixeira Alves<br />
maria.alves@economico.pt<br />
O anúncio público de uma solução<br />
final do Ministério das<br />
Finanças para o Banco Privado<br />
Português voltou a ser adiada.<br />
Em comunicado, o Ministério<br />
das Finanças comprometeu-se<br />
com uma data para o anúncio<br />
público da sua posição final sobreoBPP.Destavezodiaprevisto<br />
para o anúncio é no próximo<br />
dia 11 de Dezembro. Altura<br />
em que a posição do Governo<br />
será “detalhadamente apresentada”,<br />
garante o Ministério<br />
de Teixeira dos Santos.<br />
O comunicado enviado ontem,<br />
na sequência de uma reunião<br />
das Finanças com a Associação<br />
de clientes do BPP, que<br />
ocorreu a 18 de Novembro, revela<br />
que o Executivo continua<br />
a resumir as soluções para o<br />
BPP ao fundo de investimento<br />
especial que receberá os activos<br />
do retorno absoluto. Da<br />
Teixeira dos Santos,<br />
para acalmar os<br />
clientes do BPP,<br />
solicitou “a<br />
apresentação urgente<br />
de proposta final”<br />
para o fundo de<br />
investimento especial.<br />
viabilização do BPP, o comunicado<br />
nada refere.<br />
As Finanças voltam a canalizar<br />
as responsabilidades de solucionar<br />
os problemas dos<br />
clientes para CMVM, Banco de<br />
Portugal e administração provisória<br />
do banco, liderada por<br />
Fernando Adão da Fonseca. “O<br />
Governo tem continuado e<br />
continua a insistir junto do<br />
Conselho de Administração do<br />
BPP e do Conselho Directivo da<br />
CMVM para que o pedido de<br />
constituição do fundo seja rápida<br />
e urgentemente instruído,<br />
apreciado e aprovado, de forma<br />
a proceder-se à sua apresentação<br />
aos clientes”, revelam as<br />
Finanças. Para acalmar os ânimos<br />
dos clientes desesperados,<br />
o Ministério “voltou a apelar ao<br />
conselho de administração do<br />
BPP e às duas autoridades reguladoras<br />
no sentido da rápida<br />
conclusão dos trabalhos em<br />
curso relativos às poupanças<br />
aplicadas nos produtos de re-<br />
torno absoluto”. E “solicitou a<br />
apresentação urgente de proposta<br />
final para o efeito, tendo em<br />
conta as posições anteriormente<br />
assumidas pelo Governo”.<br />
No entanto, não depende de<br />
apelos do Governo o registo do<br />
fundo que aglutinará os activos<br />
que compõem os produtos de<br />
retorno absoluto. Depende antes<br />
de documentos que não têm<br />
sido fáceis de reunir pelo BPP,<br />
em parte porque os activos estão<br />
em veículos sediados em<br />
vários paraísos fiscais com legislações<br />
díspares e complexas.<br />
Uma boa parte dos activos que<br />
terão de ser transferidos para o<br />
fundo estão sediados nas Ilhas<br />
Virgens Britânicas, com um<br />
sistema jurídico próprio. Em<br />
falta está, por exemplo, a lista<br />
completa de activos e passivos<br />
que irão constituir o patrimóniodofundo.<br />
No comunicado das Finanças<br />
não há sinal de viabilização<br />
do BPP, que ficará com as res-<br />
Paula Nunes<br />
ponsabilidades de garantia do<br />
capital investido, uma vez que o<br />
fundo não o garante. Mas um dos<br />
requisitos para o registo do fundo<br />
é a clarificação sobre o futuro<br />
do BPP. O Ministério explicou,<br />
mais tarde, que “quaisquer propostas<br />
que possam existir para<br />
viabilização do banco devem ser<br />
enviadas ao BdP e por este apreciadas<br />
ou discutidas, não tendo o<br />
Ministério competências legais<br />
na matéria”. Desta forma Teixeira<br />
dos Santos deixa a viabilizaçãodoBPPparaoBancode<br />
Portugal. A Orey Financial juntamente<br />
com a Privado Holding<br />
têm um plano de viabilização<br />
desenhado, mas mais uma vez<br />
corre o risco de não avançar<br />
porque há divergências em relação<br />
ao valor real dos activos que<br />
servem de contra-garantia ao<br />
empréstimo bancário de 450<br />
milhões de euros, tal como Diário<br />
<strong>Económico</strong> avançou em primeiramão.Oempréstimovence<br />
no fim do ano. ■