universidade tecnológica federal do paraná campus ... - UTFPR
universidade tecnológica federal do paraná campus ... - UTFPR
universidade tecnológica federal do paraná campus ... - UTFPR
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
21<br />
De acor<strong>do</strong> com BRITO (2008), o léxico da LIBRAS, assim como o<br />
léxico de qualquer língua, é infinito no senti<strong>do</strong> de que sempre comporta a geração<br />
de novas palavras.<br />
Pode-se dizer que “se a LIBRAS fosse baseada somente na soletração<br />
de palavras da Língua Portuguesa, essa afirmação não seria pertinente, pois a<br />
linguagem de sinais ficaria limitada às palavras escritas da Língua Portuguesa”<br />
(BRITO, 2008).<br />
2.2.3 Linguagem Brasileira de Sinais X Língua Portuguesa<br />
Para que se possa pensar em planejar um editor de sinais de LIBRAS,<br />
é preciso levar em consideração que o tratamento referente à linguagem deverá ser<br />
efetua<strong>do</strong> consideran<strong>do</strong> a mesma como uma linguagem própria, que será vinculada<br />
futuramente com expressões da Língua Portuguesa.<br />
Com base nesse aspecto, torna-se relevante para esse estu<strong>do</strong>, a<br />
abordagem feita por Quadros (2004, p. 84) em que foi apresenta<strong>do</strong> um comparativo<br />
entre LIBRAS e a Língua Portuguesa:<br />
A língua de sinais é visual-espacial e a língua portuguesa é oral-auditiva; A<br />
língua de sinais é baseada nas experiências visuais das comunidades<br />
surdas mediante as interações culturais surdas, enquanto a língua<br />
portuguesa constitui-se baseada nos sons; A língua de sinais apresenta<br />
uma sintaxe espacial incluin<strong>do</strong> os chama<strong>do</strong>s classifica<strong>do</strong>res; A língua<br />
portuguesa usa uma sintaxe linear utilizan<strong>do</strong> a descrição para captar o uso<br />
de classifica<strong>do</strong>res; A língua de sinais utiliza a estrutura tópico-comentário,<br />
enquanto a língua portuguesa evita este tipo de construção; A língua de<br />
sinais utiliza a estrutura de foco através de repetições sistemáticas. Este<br />
processo não é comum na língua portuguesa; A língua de sinais utiliza as<br />
referências anafóricas através de pontos estabeleci<strong>do</strong>s no espaço que<br />
exclui ambiguidades que são possíveis na língua portuguesa; A língua de<br />
sinais não tem marcação de gênero, enquanto que na língua portuguesa o<br />
gênero é marca<strong>do</strong> a ponto de ser redundante; A língua de sinais atribui um<br />
valor gramatical às expressões faciais. Esse fator não é considera<strong>do</strong> como<br />
relevante na língua portuguesa, apesar de poder ser substituí<strong>do</strong> pela<br />
prosódia; Coisas que são ditas na língua de sinais não são ditas usan<strong>do</strong> o<br />
mesmo tipo de construção gramatical na língua portuguesa. Assim, tem<br />
vezes que uma grande frase é necessária para dizer poucas palavras em<br />
uma ou outra língua; A escrita da língua de sinais não é alfabética.<br />
Embasan<strong>do</strong>-se nos princípios apresenta<strong>do</strong>s acima, é possível concluir<br />
que realizar traduções da Língua Portuguesa para LIBRAS não pode ser