59. Leiria-Fatima_ed_45.pdf - Diocese Leiria-Fátima
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. teologia/pastoral .<br />
Exemplos vivos<br />
Maria Alice Neves, de 63 anos, natural das Colmeias,<br />
foi a primeira a chegar a este novo hospital. Desde os 40<br />
anos de idade que se viu atingida pela doença, mas foram<br />
os últimos dez o seu “maior Calvário” na luta contra várias<br />
manifestações de cancro. Submeteu-se a diversas cirurgias<br />
e a múltiplos tratamentos, já esteve em situação crítica,<br />
ligada a uma máquina, sem conseguir ver, ouvir e falar. Recuperou<br />
algumas faculdades, mas continua acamada desde<br />
há quatro anos e quase não consegue mexer-se. Embora não Maria Alice Neves<br />
sinta grandes dores, sabe que o seu mal dificilmente terá<br />
solução. Conta com o apoio e carinho da família, mas nem esse é como desejaria,<br />
pois o marido também está acamado em casa, acompanhado pela filha.<br />
Ao falarmos com ela, a simpatia, o sorriso fácil e a boa disposição são quase<br />
desconcertantes. Apesar da caminhada de sofrimento que marca a sua vida, revela<br />
serenidade, paz e coragem para enfrentar cada novo dia. “Deus Nosso Senhor é que<br />
sabe, seja o que Deus quiser”, responde Alice quando lhe perguntamos como se<br />
sente ao pensar no futuro. Gostaria que as coisas tivessem sido diferentes, mas não<br />
foram. Agora, encontrando na fé a sua força, diz-nos o que lhe resta: “Rezar todos<br />
os dias por mim, pelos outros doentes que aqui estão e pelos funcionários, que são<br />
muito nossos amigos e simpáticos”.<br />
Vítima de um AVC repentino e sem sintomas anteriores,<br />
no Natal dos seus 44 anos, Maria Rodrigues Marques,<br />
natural da Memória, rasga o sorriso para dizer que confia<br />
plenamente na recuperação e ainda quer “ir a <strong>Fátima</strong> a pé”,<br />
como prometeu a Nossa Senhora na hora de maior aflição.<br />
Está feliz por ter encontrado esta instituição, com pessoas<br />
tão boas a tratar dela, o que é “uma grande ajuda, depois de<br />
ter saído do Hospital de <strong>Leiria</strong> a chorar”. Com optimismo<br />
renovado e coragem para “voltar ao que era”, encara cada<br />
dia como uma nova luta para esse objectivo e sente que “já<br />
falta pouco... o braço esquerdo é que está mais preguiçoso”.<br />
Maria Marques<br />
Paula (nome fictício) não quer revelar o nome, nem o rosto, de aparência bem<br />
mais jovem do que a sua idade. “Fale antes das pessoas que encaram a vida com optimismo,<br />
porque assim é que devia ser e elas é que têm razão, mas eu não consigo”,<br />
confessa. Foi também apanhada por um AVC que lhe roubou a vitalidade, a energia<br />
corporal que cuidava com regularidade e a independência que sempre prezou.<br />
Mulher de fé, catequista quase toda a vida, ensinou aos filhos os valores cristãos e<br />
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