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59. Leiria-Fatima_ed_45.pdf - Diocese Leiria-Fátima

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. teologia/pastoral .<br />

Um exemplo de “economia de comunhão”<br />

Por António Faria Lopes<br />

Faria & Irmão é uma empresa de cariz familiar fundada em 1957, situada em<br />

<strong>Leiria</strong>. Tem como objecto produzir formas de plástico (moldes) para calçado.<br />

Enquanto jovens, eu e o Acácio, meu irmão, conhecemos um grupo de jovens dos<br />

Focolares. Tinham, como característica, pôr tudo em comum, com toda a liberdade:<br />

as ideias, os conhecimentos, os bens, etc. Isto permitiu-nos descobrir a riqueza da<br />

complementaridade das diferenças, potenciar a tolerância, a unidade, o respeito pelo<br />

outro, a solidari<strong>ed</strong>ade.<br />

Ao entrar no mercado de trabalho, parecia óbvio dar continuidade a um tipo de<br />

vida que até ali nos havia fascinado. É certo que a realidade era outra mas o homem<br />

ao lado do homem mantinha-se. Este novo contexto implicava apenas algumas<br />

responsabilidades específicas que tinham a ver com a gestão de uma pequena<br />

empresa. É pacífico, para quem estuda a dinâmica das organizações, que os recursos<br />

humanos são muito importantes. Na “Economia de Comunhão” para além de serem<br />

importantes, são a razão de ser, são o centro de todas as decisões.<br />

Em 1987, quando comprámos os 50% ao nosso tio, foi espontâneo incluir na<br />

soci<strong>ed</strong>ade em igualdade de circunstâncias um outro irmão, embora estivesse ainda<br />

a estudar. Quando se trata de decidir, de delinear estratégias, obviamente que eu e<br />

o Acácio estamos quase sempre em sintonia. Todavia, esta proximidade não evita<br />

divergências, é apenas garantia de respeito e de saber ouvir.<br />

Com o tempo, um sonho que inicialmente era apenas partilhado por dois, foi<br />

s<strong>ed</strong>uzindo os outros dois. Os resultados justificavam a continuidade dos princípios.<br />

Faria & Irmão é motivo e resultado de um enorme esforço da sua administração<br />

e dos seus colaboradores a fim de continuar a ser um local em que, não obstante as<br />

dificuldades, se respire liberdade, criatividade, paz, trabalho, solidari<strong>ed</strong>ade, isto é,<br />

uma nova cultura.<br />

A experiência que tínhamos feito em jovens não só se mantinha mas até se<br />

consolidava.<br />

Não que houvesse grandes referências para a condução da empresa, mas a<br />

criatividade, a prudência e a vontade iam-lhe dando forma. Tratava-se de ouvir bem,<br />

de dar atenção a todos, clientes, colaboradores, fornec<strong>ed</strong>ores, etc.; de cumprir sempre<br />

as obrigações, o que nem sempre foi fácil; de cuidar que as relações estabelecidas<br />

fossem para além do meramente profissional, atentos a todas as dificuldades, com<br />

a certeza de que não seria nunca perda de tempo; de pagar salários justos sem olhar<br />

apenas ao desempenho, necessidades e capacidades da empresa; de manter os<br />

trabalhadores informados das estratégias, das transformações, dos objectivos, das<br />

preocupações. Aquando da aquisição de novos equipamentos, dar-lhes tranquilidade<br />

quanto à sua formação e segurança no emprego.<br />

142 | LEIRIA-FÁTIMA • 45 |

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