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59. Leiria-Fatima_ed_45.pdf - Diocese Leiria-Fátima

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. escritos episcopais .<br />

pertença passiva, a uma fé de opção livre, vivida como um percurso deliberado de<br />

adesão convicta e alegre, caracteriza hoje os países ocidentais, ontem chamados “de<br />

cristandade”.<br />

Na origem da fé cristã não está, antes de mais, a adesão a um conjunto de verdades<br />

ou preceitos, mas a adesão a uma Pessoa que se encontra como Pessoa viva<br />

e fonte de vida na nossa existência: Jesus Cristo descoberto nos evangelhos através<br />

dos cristãos. Aqui joga-se, a meu ver, o futuro do cristianismo no ocidente.<br />

Tudo isto representa um desafio para nós a crer mais (em profundidade) e a crer<br />

melhor (em qualidade), de modo particular aos homens e às mulheres que se consagraram<br />

de modo radical a Cristo. A Igreja e o mundo p<strong>ed</strong>em-vos que sejais, em<br />

primeiro lugar, homens e mulheres de fé viva, convicta, alegre, entusiasta, corajosa,<br />

irradiante que realize aquela expressão tão bela de Santo Ambrósio: “Cristo é tudo<br />

para nós”.<br />

Cristo é tudo para vós, consagrados (as): o sentido, a meta, a alegria de ser e de<br />

viver! Parafraseando o Cardeal Ratzinger: se não nos enamorarmos de Cristo, não<br />

valemos nada como consagrados.<br />

Mas como enamorarmo-nos de Cristo se não descobrimos a beleza da Sua ternura<br />

Documentos<br />

A Beleza da Ternura de Cristo que salva<br />

Contemplemos agora a beleza da ternura de Cristo que transparece nas suas palavras<br />

e nos seus gestos: “Minha filha…vai em paz”; “Pegou na mão da menina e<br />

disse-lhe: levanta-te”.<br />

A mulher hemorraíssa é anónima, identificada pelo (e com o) mal que a atormenta;<br />

sofre a solidão, o isolamento, a exclusão, a humilhação e o m<strong>ed</strong>o de ser considerada<br />

impura e não poder tocar os outros, a suprema humilhação de não poder ter vida<br />

familiar (casar e ter filhos) interpretada então como reprovação divina.<br />

Jesus pára, fá-la sair do anonimato da multidão, acolhe-a, dialoga com ela e dizlhe<br />

ternamente: “Minha filha…”, expressão cheia da ternura paterna, tal como Jairo<br />

apresenta a sua menina a Jesus: “a minha filha está doente…”. A mulher é curada e<br />

salva, reintegrada na comunidade dos filhos de Deus, na comunhão da família que<br />

se forma à volta de Jesus.<br />

A mesma ternura encontramos em relação à menina já morta: “pegou na mão<br />

da menina…”: o gesto e as palavras de Jesus são precisamente os dos pais que, de<br />

manhã, com toda a ternura despertam os filhos para um novo dia.<br />

O catecúmeno aprende assim que Jesus, no baptismo, nos levanta (ressuscita)<br />

para uma vida nova e que para Jesus não há situações incuráveis, desesperadas.<br />

Basta ter fé.<br />

Notemos ainda nesta narração um outro aspecto particular: a correspondência<br />

dos números. Doze anos de enfermidade e humilhação levava a mulher hemorraíssa;<br />

doze anos de vida tinha a menina. Se tivermos em conta que, na altura, aos doze<br />

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