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59. Leiria-Fatima_ed_45.pdf - Diocese Leiria-Fátima

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. teologia/pastoral .<br />

continua a acr<strong>ed</strong>itar neles e a rezar diariamente pela sua cura. “Agarro-me à fé para<br />

tentar superar esta limitação, tenho vontade de voltar a andar, mas a dor é mais forte<br />

e não consigo aceitar o que aconteceu”, lamenta-se, deitada na fisioterapia onde tenta<br />

a custo recuperar os movimentos perdidos. Tem o apoio da família, sobretudo dos<br />

filhos que lhe dizem que a querem ver de novo a andar, mas “às vezes acho que não<br />

vou conseguir”... e deixa escapar um lágrima de dor, de desgosto e de frustração.<br />

Depois, recompõe-se e começa a ginástica. Deixámos o nosso voto de coragem.<br />

“Vamos a ver..”, sorri.<br />

Com a mesma esperança vive Miguel José Bernardo,<br />

de 72 anos, residente nos Parceiros. Há dois meses em<br />

recuperação, confia na sua força de vontade, até porque o<br />

médico lhe deu essa pista de cura: “você é que tem de ser<br />

o seu médico”. Não sente dores, está a ser “bem tratado”,<br />

tem o apoio dos familiares “que não faltam aqui a dar-me<br />

força”, pelo que vê com optimismo o seu futuro fora do<br />

hospital. “A fé também ajuda a gente e vou à missa quando<br />

posso”, afirma.<br />

Miguel Bernardo<br />

Por uma luz libertadora<br />

Chega a hora do almoço. Olho em r<strong>ed</strong>or, antes de me desp<strong>ed</strong>ir dos muitos utentes<br />

que se passeiam com desenvoltura ou em cadeiras de rodas pelo amplo espaço de<br />

convívio, de cores alegres, cheio de luz e de transparência. Ainda cheira a novo, com<br />

brilho semelhante aos sorrisos de quem está por ali de serviço. “Isto é tão bom, que<br />

até vai dar pena sair de cá”, confessava uma doente. Sente-se que o ambiente, esse<br />

tratamento humano, é uma das peças fundamentais para o bem-estar da maioria dos<br />

internados.<br />

Mas nem todos revelam a mesma cara alegre; há rostos mais vincados e os que<br />

não conseguem esconder as marcas de uma vida já perto do fim, confinados a uma<br />

cama articulada. Sente-se que ali, como em lugares semelhantes ou em tantos lares<br />

pelo mundo fora, há quem viva hoje, na carne, a experiência viva da Paixão.<br />

E sente-se que o nosso dever de humanidade e, ainda mais, de cristãos é contribuir,<br />

ainda que com o gesto simples da mão que oferece um carinho, para que<br />

aqueles que estão mergulhados na escuridão possam vislumbrar um raio de luz. Para<br />

que, na m<strong>ed</strong>ida do humanamente possível, possam fazer o percurso vitorioso do<br />

sofrimento à Páscoa. Tal como Jesus, na hora da salvação: “Eu sou a ressurreição e<br />

a vida, quem acr<strong>ed</strong>ita em Mim terá a vida plena”.<br />

Reflexões<br />

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