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Macunaíma - Comunicação, Esporte e Cultura

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Por isso que o Pai do Sono inda existe e os homens por castigo não podem dormir em pé.Macunaíma ia car desapontado com o sucedido quando escutou uma bulha e enxergou dooutro lado do corgo um chofer gesticulando feito chamado. Ficou muito sarapantado e gritoutiririca:– Isso é comigo, colega! Sou francesa não!– Sai azar! o rapaz fez.Então Macunaíma pôs reparo numa criadinha com um vestido de linho amarelo pintadocom extrato de tatajuba. Ela já ia atravessando o corgo pelo pau. Depois dela passar o heróigritou pra pinguela:– Viu alguma coisa, pau?– Vi a graça dela!– Quá! quá! quá quaquá!...Macunaíma deu uma grande gargalhada. Então seguiu atrás do par. Eles já tinham brincadoe descansavam na beira da lagoa. A moça estava sentada na borda duma igarité encalhada napraia. Toda nua inda do banho comia tambiús vivos, se rindo pro rapaz. Ele deitara de bruçosna água rente dos pés da moça e tirava os lambarizinhos da lagoa pra ela comer. A crilada dasondas amontava nas costas dele porém escorregando no corpo nu molhado caía de novo nalagoa com risadinhas de pingos. A moça batia com os pés n’água e era feito um repuxo roubadoda Luna espirrando jeitoso, cegando o rapaz. Então ele enava a cabeça na lagoa e trazia a bocacheia de água. A moça apertava com os pés as bochechas dele e recebia o jato em cheio nabarriga, assim. A brisa ava a cabeleira da moça esticando de um em um os os lisos na caradela. O moço pôs reparo nisso. Firmando o queixo no joelho da companheira ergueu o busto daágua, estirou o braço pro alto e principiou tirando os cabelos da cara da moça pra que elapudesse comer sossegada os tambiús. Então pra agradecer ela enou três lambarizinhos na bocadele e rindo muito fastou o joelho depressa. O busto do rapaz não teve apoio mais e ele nosufragante focinhou n’água até o fundo, a moça inda forçando o pescoço dele com os pés. Ela iaescorregando sem perceber de tanta graça que achava na vida. Ia escorregando e anal a canoavirou. Pois deixai ela virar! A moça levou um tombo engraçado por cima do rapaz e ele enrolousenela talqualmente um apuizeiro carinhoso. Todos os tambiús fugiram enquanto os doisbrincavam n’água outra vez.Macunaíma chegava. Sentou no fundo da igarité virada, esperando. Quando viu que elestinham acabado de brincar, falou pro chofer:– Faz três dias que não como,Semana que não escarro,Adão foi feito de barro,Sobrinho, me dá um cigarro.

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