10.07.2015 Views

Macunaíma - Comunicação, Esporte e Cultura

Macunaíma - Comunicação, Esporte e Cultura

Macunaíma - Comunicação, Esporte e Cultura

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

– Caterina, me larga minha mão e vai-te embora que te dou mais tapa, Caterina!Caterina era mas uma boneca de cera de carnaúba posta ali pelo gigante. Ficou bem quieta.Macunaíma deu outro tapa com a mão livre e ficou mais preso.– Caterina, Caterina! me larga minhas mãos e vai-te embora pixaim! sinão te dou umcontapé!Deu o pontapé e cou mais preso ainda. Anal o herói cou inteirinho grudado na Catita.Então chegou Piaimã com um cesto. Tirou a francesa da armadilha e berrou pro cesto:– Abra a boca, cesto, abra a vossa grande boca!O cesto abriu a boca e o gigante despejou o herói nele. O cesto fechou a boca outra vez,Piaimã carregou-o e voltou. A francesa em vez de bolsa estava armada com o mênie que servepra guardar as flechinhas da sarabatana. O gigante deixou o cesto encostado na porta de entradae afundou casa adentro pra guardar o mênie entre as pedras da coleção. Porém o mênie era depano cheirando pixé de caça. O gigante desconfiou daquilo e perguntou:– Vossa mãe é tão cheirosa e gordinha que nem você, criatura?E revirou os olhos de gozo. Ele estava maliciando que o mênie era lhinho da francesa. E afrancesa era Macunaíma o herói. Lá do cesto ele escutou a pergunta e principiou candoexcessivamente inquieto. “Pois então será mesmo que esse tal de Venceslau imagina que passeipor debaixo de algum arco-da-velha pra ter mudado a natureza? te esconjuro, credo!” Entãoassoprou raiz de cumacá em pó que bambeia cordas, bambeou o amarrilho do cesto e pulou prafora. Ia saindo quando topou com o jaguara do gigante, que chamava Xaréu, nome de peixe pranão car hidrófobo. O herói teve medo e desembestou numa chispada mãe parque adentro. Ocachorro correu atrás. Correram correram. Passaram lá rente à Ponta do Calabouço, tomaramrumo de Guajará Mirim e voltaram pra leste. Em Itamaracá Macunaíma passou um poucofolgado e teve tempo de comer uma dúzia de manga-jasmim que nasceu do corpo de donaSancha, dizem. Rumaram pra sudoeste e nas alturas de Barbacena o fugitivo avistou uma vacano alto duma ladeira calçada com pedras pontudas. Lembrou de tomar leite. Subiu esperto pelacapistrana pra não cansar porém a vaca era de raça Guzerá muito brava. Escondeu o leitinhopobre. Mas Macunaíma fez uma oração assim:“Valei-me Nossa Senhora,Santo Antônio de Nazaré,A vaca mansa dá leite,A braba dá si quisé!”A vaca achou graça, deu leite e o herói chispou pro sul. Atravessando o Paraná já de voltados pampas bem que ele queria trepar numa daquelas árvores porém os latidos estavam na coladele e o herói isso vinha que vinha acochado pelo jaguara. Gritava:– Sai, pau!E desviava de cada castanheira, de cada pau-d’arco, de cada cumaru bom de trepar. Adiante

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!