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Macunaíma - Comunicação, Esporte e Cultura

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Omaispopo vem nesta água,Os donos da Água enxotem a dor-de-corno!Aracu, Mecumecuri, Paí que venham nesta água,E enxotem a dor-de-corno si o doente beber esta água,Em que estão encantados os Donos da Água!”Deu pra Jiguê beber no outro dia porém não surtiu efeito não e o mano andava muitodesconfiado.Quando Suzi se vestia pra ir na feira, assobiava o fox-trote da moda pro namorado irtambém. O namorado era Macunaíma, ia. A companheira de Jiguê saía e Macunaíma saíaatrás. Andavam brincando por aí e quando chegava a hora da volta já não tinha macaxeira maisna feira. Pois então Suzi disfarçando ia atrás da casa, sentava no jamaxi e puxava uma porção demacaxeira, de dentro do maissó. Todos comiam muito bem, só Maanape resmungava:– Caboclo de Taubaté, cavalo pangaré, mulher que mija em pé, libera nós Dominé! eempurrava a comida.Maanape era feiticeiro. Não queria saber daquela macaxeira não e como andava curtindofome passava o tempo mastigando ipadu pra enganar. De-noite quando Jiguê queria pular narede a companheira dele principiava gemendo, falando que estava empanzinada de tantoengolir caroço de pitomba. Era só pra Jiguê não brincar com ela. Jiguê teve raiva.No outro dia ela foi na feira e assobiou o fox-trote da moda. Macunaíma saiu atrás. Jiguê eramuito valente. Pegou numa mirassanga enorme e foi devagarinho atrás deles. Procurouprocurou e encontrou Suzi com Macunaíma de mãos dadas no Jardim da Luz. Já estavam serindo um pro outro. Jiguê desceu a mirassanga nos dois, levou a companheira pra pensão edeixou o mano fatigado na beira da lagoa entre cisnes.Do outro dia em diante Jiguê é que fazia as compras deixando a companheira presa noquarto. Suzi sem quefazer passava o tempo contrariando a moralidade mas uma feita o santoAnchieta vindo ao mundo passou pela casa dela e por piedade ensinou-a a catar piolhos. Suzipossuía uns cabelos ruivos à la garçonne e sustentava muitos piolhos, muitos! Agora nãosonhava mais que tinha lagosta por debaixo da macaxeira nem não fazia imoralidades. QuandoJiguê partia ela tirava os cabelos e espetando-os no porrete do companheiro, catava piolhos.Mas tinha muitos piolhos, muitos! Então com medo que o companheiro apanhasse ela notrabalho, falou assim:– Jiguê, meu companheiro Jiguê, quando você volta do mercado bate primeiro na porta, batetodos os dias uma porção de tempo pra mim ficar contente e ir cozinhar a macaxeira.Jiguê falou que sim. Todos os dias ia no mercado comprar macaxeira e quando voltava batiademorado na porta. Então a cunhã botava os cabelos na cabeça e ficava esperando Jiguê.– Suzi, minha companheira Suzi, bati uma porção de vezes na porta, será que você alegrou?– Muito! ela fez. E foi cozinhar a macaxeira.E todos os dias era assim. Mas tinha muitos piolhos, muitos! É que ela contava os catados

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