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Macunaíma - Comunicação, Esporte e Cultura

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um por um e por isso os piolhos aumentavam. Uma feita Jiguê matutou no que cava fazendo acompanheira quando ele ia no mercado e teve vontade de assustá-la, fez. Virou de pernas pro are veio andando nas pontas das mãos. Abriu a porta e assustou Suzi. Isso ela gritou botandoafobada a cabeleira na cabeça. E os cabelos da testa caram no cangote e os cabelos do cangotecaram na testa escorrendo. Jiguê xingou Suzi de porca e deu nela até escutar alguém subindo aescada. Era Chico vindo de baixo. Então Jiguê parou e foi afiar a bicuda.No outro dia Macunaíma estava outra vez com vontade de brincar com a companheira deJiguê. Falou pros manos que ia numa caçada longe porém não foi não. Comprou duas garrafasde licor de butiá catarinense uma dúzia de sanduíches dois abacaxis de Pernambuco e seamoitou no quartinho. Passado tempo saiu de lá e falou pra Jiguê, mostrando o embrulho:– Mano Jiguê, no m de muitas ruas, você indo, tem uma fruteira trilhada. Vi um poder decaça, vá ver!O mano espiou desconfiado pra ele porém Macunaíma disfarçou bem:– Olhe, tem paca tatu cotia... Minto, cotia não enxerguei nenhuma. Paca tatu, cotia não.Jiguê emprenhava pelas oiças mesmo, foi logo pegando na espingarda e falou:– Então vou porém mano jura primeiro que não brinca com minha obrigação.Macunaíma jurou pela memória da mãe que nem olhava pra Suzi. Então Jiguê tornou apegar na espingarda-pá e na faca de ponta-tá tatatá e partiu. Macunaíma nem bem Jiguê viroua esquina ajudou Suzi abrindo os embrulhos e botando uma toalha de renda famosa chamada“Ninho de Abelha” cujo papelão fora roubado em Muriú do Ceará-Mirim pela danadaGeracina da Ponta do Mangue. Quando tudo cou pronto os dois pularam na rede e brincaram.Agora estão se rindo um pro outro. Depois de rirem bastante, Macunaíma falou:– Desarrolha uma garrafa pra gente beber.– Sim, ela fez. E beberam a primeira garrafa de licor de butiá que era muito gostoso. Os doisestalaram a língua e pularam na rede outra vez. Brincaram quanto quiseram. Agora estão serindo um pro outro.Jiguê andou légua e meia, foi até no m das ruas, campeou a fruteira uns pares de vezes,muito tempo, jacaré achou? nem ele! Não tinha fruteira nenhuma e Jiguê voltou campeandosempre por todos os ns das ruas. Anal chegou subiu no quarto e encontrou mano Macunaímacom a Suzi já rindo. Jiguê teve raiva e deu uma coça na companheira. Agora ela está chorando.Jiguê agarrou o herói e chegou o porrete com vontade nele. Deu que mais deu até Manuelchegar. Manuel era o criado da pensão, um ilhéu. Agora o herói está fatigado. E Jiguê quevinha padecendo de fome, então comeu as sanduíches os abacaxis e bebeu o licor de butiá.Os dois sovados passaram a noite se lastimando. No outro dia Jiguê enfarado pegou nasarabatana e saiu pra ver si encontrava a tal de fruteira. Jiguê era muito bobo. Suzi viu ele sair,enxugou os olhos e falou pro namorado:– Choremos não.

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